Após um mês de protestos liderados pelo movimento indígena — que não conseguiu revogar medidas do governo como o aumento do preço do diesel — diversos coletivos decidiram unir forças em rejeição às quatro perguntas do processo consultivo que acontecerá no próximo dia 16 de novembro.
“Vamos dizer não a Noboa na consulta, porque não concordamos com propostas como a que ele faz sobre a seguridade social, sugerindo que ela deixe de prestar serviços de saúde, o que a faria perder seu caráter solidário”, declarou Andrés Quishpe, presidente da União Nacional de Educadores (UNE).
Centenas de pessoas reunidas na sede do sindicato, em Quito, manifestaram-se contra a ideia de uma Assembleia Constituinte e também contra as perguntas sobre a instalação de bases militares estrangeiras, a redução do número de deputados e a eliminação do financiamento público aos partidos políticos.
“Nenhuma das perguntas visa melhorar a segurança ou aumentar o emprego”, afirmou Edwin Bedoya, presidente da Frente Unitária de Trabalhadores (FUT).
Vários dos coletivos que aderiram à aliança pelo “Não” estão formalmente registrados junto ao Conselho Nacional Eleitoral para realizar campanha.
Além de divulgar suas posições em meios de comunicação e outdoors, Quishpe informou que os grupos irão aos bairros e farão visitas de porta em porta para explicar por que rejeitam as propostas do chefe do Executivo.
Segundo o planejamento, no dia 7 de novembro haverá um workshop com camponeses na província de Guayas, e no dia 12 ocorrerá uma mobilização nacional com professores e estudantes para promover o voto pelo “Não”.
Oficialmente, a campanha eleitoral se estenderá de sábado, 1º de novembro, até quinta-feira, 13 de novembro.
Em uma entrevista recente, Noboa demonstrou confiança de que a população apoiará suas iniciativas nas urnas.
“Estou convencido de que o povo vai apoiar, porque quer uma mudança real”, afirmou o presidente, que já tem em mente possíveis locais para as bases militares, entre eles a ilha Baltra, nas Galápagos.
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