Guterres fez o alerta ao discursar na cerimônia de abertura da assinatura da Convenção das Nações Unidas contra o Cibercrime, onde também enfatizou que Hanói é o anfitrião perfeito para este momento.
O chefe da ONU enfatizou que, ao longo dos anos, o ciberespaço se tornou um terreno fértil para criminosos, permitindo-lhes expandir seu alcance como nunca antes e se mover a uma velocidade inimaginável há apenas uma década.
Todos os dias, disse ele, fraudadores sofisticados roubam bens familiares, drenando bilhões de dólares das economias, enquanto empresas, hospitais e outros setores são prejudicados por ataques de ransomware, e materiais horríveis de abuso sexual infantil deixam traumas psicológicos duradouros.
Ele também observou que fluxos ilícitos de dinheiro, ocultos por meio de criptomoedas e transações digitais, financiam o tráfico de drogas, o tráfico de armas e o terrorismo, e insistiu que os danos não são apenas financeiros, pois corroem a confiança nas instituições, minam o Estado de Direito e causam danos reais.
A esse respeito, Guterres afirmou que violações de segurança em qualquer lugar podem colocar pessoas e organizações em risco em todo o mundo. No ciberespaço, ninguém está seguro até que todos estejam seguros, afirmou, antes de acrescentar que “é por isso que precisamos de uma resposta global forte e coletiva”.
Referindo-se à Convenção aberta para assinatura hoje, ele a elogiou como
um instrumento poderoso e juridicamente vinculativo para fortalecer a defesa coletiva contra o crime cibernético e representa um compromisso com a proteção dos direitos humanos fundamentais.
É uma prova do poder duradouro do multilateralismo para fornecer soluções e uma afirmação de que nenhum país, independentemente do seu nível de desenvolvimento, ficará sozinho e desprotegido contra o crime cibernético, afirmou.
O Secretário-Geral da ONU destacou, entre os pontos mais importantes contemplados na Convenção, a possibilidade de compartilhamento transfronteiriço de provas digitais, bem como o fato de que, pela primeira vez em um tratado internacional, a distribuição de imagens íntimas sem consentimento é reconhecida como crime.
A Convenção, acrescentou, também promove fortes proteções para as vítimas, incluindo acesso a recursos, indenização e remoção de conteúdo ilegal.
Sobre a cerimônia realizada aqui hoje, ele enfatizou que “Hanói é a anfitriã perfeita para este momento. É uma cidade que incorpora o espírito da era digital: inovando, aproveitando oportunidades e fortalecendo conexões”, e as Nações Unidas têm orgulho de trabalhar com o Vietnã para tornar este dia uma realidade, acrescentou.
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