Sexta-feira, Outubro 24, 2025
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Vice-presidente venezuelana denuncia ameaça dos EUA em Fórum do Gás

Caracas, 23 de out (Prensa Latina) A vice-presidente executiva, Delcy Rodríguez, denunciou hoje a ameaça bélica dos Estados Unidos contra a Venezuela e os países caribenhos, falando na reunião ministerial do Fórum dos Países Exportadores de Gás, realizada em Doha, Catar.

Em seu discurso telemático, a ministra venezuelana de Hidrocarbonetos declarou que Washington “busca roubar nossos recursos energéticos” e também pretende romper os acordos de gás da República Bolivariana com o Caribe.

Sem citar nomes, Rodríguez afirmou que estão vendendo fantasias a “um governo caribenho específico, pensando que podem roubar o gás da Venezuela e entregá-lo”.

A Venezuela continuará defendendo o uso soberano de seus recursos energéticos, petróleo, gás e recursos naturais e, “no âmbito da cooperação internacional, defenderá o desenvolvimento compartilhado dos povos em relações de igualdade e complementaridade”, enfatizou.

A vice-presidente comentou que a demanda global por energia será moldada pela geopolítica, considerando o papel que o gás desempenhará no futuro, cuja evolução definirá a oferta.

Nesse sentido, denunciou o expansionismo da OTAN em direção às fronteiras da Rússia e o deslocamento do mercado europeu pelos Estados Unidos, com seus “custos terrivelmente altos para a economia europeia”, que geraram um processo de desindustrialização.

Mencionou também o impacto do gasoduto Siberian Force II, que conectará a Rússia à China e garantirá o fornecimento de gás a esse país e a outros estados asiáticos, bem como os projetos de desenvolvimento do Catar, que o tornarão um “grande líder exportador” desse recurso natural.

Enfatizou que o crescimento econômico e populacional impulsionará a demanda por energia e observou que as estimativas para 2040 indicam que 70% de sua demanda terá origem no Sul Global.

Rodríguez afirmou que a demanda por gás crescerá mais de 60% naquele ano, com China, Índia e o restante da Ásia como principais consumidores.

Ela resumiu, a esse respeito, que o papel do gás natural “é essencial” e sua participação na eletricidade será ainda mais significativa à medida que continuar a ser o substituto natural do carvão em um processo de transição.

Na opinião da Vice-Presidente, no futuro, “todos os tipos de energia serão necessários”, tanto fósseis quanto renováveis, para atender à demanda global de energia, apesar de atualmente 685 milhões de pessoas não terem acesso à eletricidade, 80% delas na África Subsaariana.

Por fim, ela considerou fundamental o papel do Fórum dos Países Exportadores de Gás, pois concentra 60% das reservas comprovadas do mundo, representa 49% das exportações de gás natural liquefeito e 45% das exportações por gasodutos.

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