Quinta-feira, Outubro 23, 2025
NOTÍCIA

A Unicef denunciou altos níveis de desnutrição em Gaza

Ramala, 23 out (Prensa Latina) O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou hoje sobre os altos índices de desnutrição em Gaza, especialmente entre crianças, e pediu mais ajuda para esse território, devastado após dois anos de guerra.

“Não há suprimentos de emergência para salvar as pessoas, não há incubadoras e muitos equipamentos médicos não são permitidos”, denunciou Tess Ingram, porta-voz da agência, em declarações à emissora de televisão catariana Al Jazeera.

Embora Israel tenha se comprometido a permitir a entrada em grande escala de ajuda a Gaza, como parte de um acordo de trégua alcançado este mês, várias Organizações Não Governamentais (ONGs), palestinos e agências da ONU criticaram os contínuos descumprimentos do governo de Benjamin Netanyahu.

Ingram destacou que muitas crianças precisam de tratamento integral para reverter a desnutrição.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) afirmou ontem que estão entrando cerca de 750 toneladas de alimentos por dia no enclave costeiro, mas são necessárias pelo menos duas mil toneladas para satisfazer as necessidades mínimas da população local.

Para atingir essa quantidade, devemos utilizar todas as passagens de fronteira agora, estimou a porta-voz do PMA, Abeer Etefa.

“Nenhum grande comboio chegou à cidade de Gaza nem ao norte de Gaza”, sublinhou o funcionário.

“A ajuda que chega a Gaza é uma gota no oceano do que é urgentemente necessário”, estimou, por sua vez, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA).

Em sua conta na rede social x, a Unrwa anunciou que tem suprimentos suficientes na Jordânia e no Egito para encher seis mil caminhões com ajuda para a Faixa de Gaza.

Esta manhã, Israel Radwan, um dos líderes do Movimento de Resistência Islâmica, acusou Israel de não cumprir o acordado no acordo de cessar-fogo.

“A ocupação está permitindo apenas uma gota no oceano de ajuda que chega à Faixa”, afirmou ele em entrevista à Al Jazeera.

npg/rob/bm

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