Quinta-feira, Outubro 16, 2025
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Equador: Os protestos acabaram?

Quito, 16 de out (Prensa Latina) Após o governo equatoriano e líderes indígenas da província de Imbabura anunciarem acordos para interromper os protestos contra o fim do subsídio ao diesel, muitos se perguntam hoje se as manifestações acabaram.

Após 24 dias de mobilizações em várias partes do país, principalmente na referida província, no planalto norte equatoriano, líderes locais de Imbabura e representantes do Poder Executivo discursaram por mais de cinco horas nesta quarta-feira.

Representantes dos movimentos indígenas apresentaram suas reivindicações ao governo, incluindo a realização de grupos de trabalho — que começariam na próxima segunda-feira — para congelar o preço do diesel, investigar as mortes de manifestantes e transferir os detidos, entre outras reivindicações.

Além disso, o setor indígena solicitou atendimento médico aos feridos, a retirada das forças militares e policiais das comunidades e um pedido público de desculpas pelo tratamento recebido, especialmente pelo uso da palavra “terroristas”.

O governo de Daniel Noboa comemorou o fim da greve em Imbabura, após conversas com representantes da União das Organizações Indígenas Camponesas de Cotacachi (UNORCAC) e da Federação dos Povos Kichwa da Serra Norte do Equador (FICI).

No entanto, um grupo de manifestantes expressou seu desacordo com o acordo.

“Continuamos a greve”, gritou um grupo de cidadãos em frente à sede municipal de Otavalo, na noite de quarta-feira, um dos cantões onde os protestos foram mais intensos.

Representantes da Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), movimento nacional que convocou a greve há quase um mês para rejeitar o aumento do preço do diesel e outras medidas do presidente Daniel Noboa, não participaram da reunião.

Esta organização, a maior do país e liderada por Marlon Vargas, não se pronunciou sobre as negociações de Imbabura e, em seu comunicado mais recente, afirmou que continua sua resistência.

Os protestos, que começaram em 22 de setembro, já deixaram três mortos, mais de 100 feridos entre manifestantes e policiais, centenas de prisões e denúncias de violações de direitos humanos.

O governo Noboa defende o fim do subsídio ao diesel, argumentando que é uma medida necessária para combater o contrabando de combustível para as áreas de fronteira da Colômbia e do Peru, e garante que os recursos serão destinados diretamente a grupos necessitados.

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