Durante o discurso sobre o Estado da Nação, o presidente angolano, João Lourenço, destacou que a cooperação recebida da nação caribenha foi essencial para garantir a defesa da soberania, bem como para a formação de profissionais em todas as áreas do conhecimento e atendimento médico à população.
Perante os deputados da Assembleia Nacional, na cerimônia de abertura do ano parlamentar 2025-2026 realizada na véspera, o presidente destacou a importância que teve para o país o envio de milhares de estudantes para terras cubanas.
Essa ação permitiu que germinasse o talento de centenas de jovens que agora contribuem para o desenvolvimento angolano, observou.
Nesse sentido, destaca-se o trabalho dos membros da Associação de Antigos Estudantes Angolanos em Cuba, os Caimaneros, que, além de suas funções em diferentes setores da sociedade, realizam outras ações de projeção social, como feiras de saúde gratuitas nas comunidades.
Cabe destacar, igualmente, que quando proclamou a independência, Angola contava com apenas 19 médicos, uma situação que se reverteu com o apoio da ilha e de outros países, um exemplo disso foi a formatura, no passado dia 14 de outubro, de 399 especialistas em medicina geral e familiar, com a orientação de uma centena de profissionais da nação caribenha.
No discurso, Lourenço aludiu à cooperação militar prestada por Cuba e, em particular, à vitória alcançada em Cuito Cuanavale em 23 de março de 1988, “graças à importante contribuição dos combatentes internacionalistas cubanos”.
Esta vitória constituiu um ponto de inflexão decisivo para a libertação da África Austral, dando origem à assinatura dos Acordos de Nova Iorque e à implementação da Resolução 435/78 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que conduziu à independência da Namíbia. Esta contribuição dos cubanos também foi reconhecida com a entrega de medalhas comemorativas pelos 50 anos da independência de Angola a três figuras ligadas à cooperação militar.
O primeiro chefe da missão militar de Cuba neste país, o comandante Raúl Díaz-Argüelles, recebeu a distinção póstuma na Classe Paz e Desenvolvimento; ao general do Exército Leopoldo Cintra Frías foi entregue pessoalmente a Classe Independência; e póstumamente foi concedida a Classe Paz e Desenvolvimento ao general de brigada Rafael Moracén Limonta.
Na província de Cuanza Sul, foi inaugurado um hospital com o nome de Raúl Díaz-Argüelles, que, segundo o presidente em sua inauguração em 21 de outubro de 2024, é um reconhecimento aos milhares de cubanos que lutaram em terras angolanas para preservar a independência e a soberania.
No discurso sobre o estado da nação, o presidente angolano reafirmou o compromisso de Angola ao lado de Cuba na luta pelo levantamento do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de 60 anos, uma posição que também defendeu em seu discurso na mais recente sessão da Assembleia Geral da ONU.
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