A reunião inclui membros da Federação dos Povos Kichwa da Serra Norte do Equador, a prefeita de Otavalo, Anabell Hermosa, e outras autoridades, além de membros da Igreja Católica, segundo relatos da mídia local.
No entanto, a reunião está ocorrendo sem a participação de representantes da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), um sinal das tensões internas dentro do movimento.
A CONAIE, que convocou os protestos após a decisão do governo de eliminar o subsídio ao diesel, confirmou que as mobilizações continuam.
A organização negou que a estrutura nacional tenha decidido dialogar após uma reunião do Conselho Ampliado realizada no dia anterior em Quito.
Na última segunda-feira, a porta-voz presidencial, Carolina Jaramillo, mencionou que não há diálogos com as lideranças indígenas, mas sim com as bases.
O Equador entra nesta quarta-feira em seu 24º dia de protestos indígenas, que se concentraram nas terras altas do norte e até o momento deixaram três mortos, centenas de feridos e centenas de detidos em meio a alegações de violações de direitos humanos.
A vice-prefeita daquele município, Paolina Vercoutère, enviou uma carta à Relatora Especial das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas para denunciar o uso excessivo da força pública e a escalada da repressão estatal no contexto da greve nacional.
No documento, Vercoutère alertou sobre a militarização de territórios ancestrais e solicitou uma missão internacional urgente de observação e monitoramento para garantir a proteção da vida, da integridade e dos direitos fundamentais das comunidades afetadas.
Os protestos, convocados pela Conaie Nacional (Conaie), concentram-se em Imbabura e, embora bloqueios de estradas tenham sido registrados em várias províncias, as atividades prosseguem normalmente em grande parte do país.
Além de rejeitar a eliminação do subsídio ao diesel, o movimento indígena exige uma redução de três pontos percentuais no Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para 12%, além de atenção à saúde, educação e segurança, entre outras reivindicações.
O governo, por sua vez, mantém-se firme em sua decisão sobre o diesel e se recusou a negociar sobre essa questão, nem sobre o IVA, ao mesmo tempo em que rotula os manifestantes como vândalos ou terroristas ligados ao crime organizado.
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