Segundo explicou o secretário executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), José Manuel Salazar-Xirinachs, essas previsões refletem a resiliência da economia do istmo e a importância de setores estratégicos como logística, transporte e serviços financeiros.
Após a apresentação do relatório anual Panorama das Políticas de Desenvolvimento Produtivo na América Latina e no Caribe 2025, Salazar-Xirinachs explicou ao jornal La Estrella de Panamá que esse dinamismo está altamente concentrado em setores de alta produtividade e uso intensivo de capital, como o Canal do Panamá.
Com esses números, o secretário da CEPAL mantém as perspectivas apresentadas pelo órgão, que coloca o país centro-americano entre os que liderarão o crescimento na região.
Salazar-Xirinachs indicou ainda que, para sustentar esse boom e dar um salto qualitativo em direção a uma economia baseada no conhecimento e no valor agregado, o Panamá deve aproveitar sua localização estratégica e sua alta conectividade para se transformar em um centro regional de conexão de inovação e transferência tecnológica.
Na opinião do especialista, o Panamá tem uma oportunidade concreta de impulsionar sua transformação produtiva, articulando de maneira eficaz suas políticas de desenvolvimento com a ciência, a tecnologia e a inovação.
O alto dirigente da CEPAL destacou que o istmo já apresenta um avanço significativo na digitalização: em 2023, foi o terceiro país da América Latina com maiores exportações per capita de serviços modernos, atrás apenas da Costa Rica e do Uruguai.
A proposta do órgão inclui um portfólio de setores impulsionadores diretamente relacionados à conectividade panamenha, como os serviços habilitados por tecnologias da informação.
No entanto, para avançar nessas áreas, será necessário investir de forma decidida em capital humano qualificado e fortalecer a institucionalidade do sistema nacional de inovação, ressaltou.
Um aspecto crítico apontado pela CEPAL é a alta informalidade do trabalho não agrícola, que afeta 49,3% da população ocupada.
Ele também destacou que o Panamá pode se tornar uma referência regional em transformação produtiva se conseguir integrar suas vantagens logísticas com uma política de desenvolvimento que priorize a formação de talentos, a inovação tecnológica e a articulação público-privada.
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