“Eu renunciei na segunda-feira passada porque as condições não estavam reunidas. Se o mesmo acontecer novamente, eu me retirarei. Não farei qualquer coisa”, afirmou em declarações ao La Tribune Dimanche, dois dias depois de o presidente Emmanuel Macron o ter renomeado em Matignon.
Lecornu enfrenta uma enorme pressão da oposição e dentro do campo da direita tradicional, um aliado natural do governo, com ameaças de censura da esquerda e da extrema direita, forças que, combinadas, já derrubaram em dezembro o conservador Michel Barnier e, há um mês, François Bayrou.
O primeiro-ministro, que se tornou na segunda-feira o mais efêmero da V República, com apenas 27 dias de gestão, adiantou que amanhã ou terça-feira seu governo estará formado.
Segundo suas palavras, alguns nomes do gabinete serão surpreendentes, reiterando seu pedido de liberdade para governar e de contar em seu entorno com ministros e secretários de Estado sem ambições para as eleições presidenciais de 2027.
Ele também disse que planeja fazer seu discurso de Política Geral perante a Assembleia Nacional na terça ou na quarta-feira, dependendo do momento do anúncio de seu governo.
A comparecência no plenário será um exercício desafiador para o primeiro-ministro, uma figura próxima a Macron, já que partidos como La France Insoumise, Agrupación Nacional, Europa Ecología los Verdes e o Comunista expressaram a vontade de censurá-lo.
Os olhos estão voltados para os socialistas, com a esperança do governo de convencê-los a não votarem a favor de uma provável moção de censura na Assembleia.
Consciente da reivindicação do Partido Socialista de suprimir a reforma da aposentadoria, o primeiro-ministro mostrou-se aberto ao debate sobre o espinhoso tema, em particular a rejeitada pela sociedade extensão da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. oda/wmr/mb