Na concentração massiva que começou às 9h, hora local, participam dezenas de milhares de representantes de mais de 500 associações, forças políticas, sindicatos, grupos juvenis, universidades e escolas, provenientes de 252 municípios, províncias e regiões.
No último sábado, milhares de pessoas também lotaram as avenidas de cidades como Milão, Turim e Bolonha, onde Yassine Lafram, presidente da União da Comunidade Islâmica da Itália, afirmou que “uma assinatura não pode deter a dor”, pois “ninguém pode deter o sofrimento das famílias, que agora retornam às suas ruínas”.
Entre os participantes da marcha de hoje estão Elly Schlein, Giuseppe Conte, Ángelo Bonelli e Nicola Fratoianni, líderes do Partido Democrático, do Movimento Cinco Estrelas, da Europa Verde e da Esquerda Italiana, respectivamente, bem como Francesca Albanese, relatora especial das Nações Unidas para os Territórios Palestinos Ocupados.
A manifestação percorre 24 quilômetros, desde os Jardins do Frontone de Perugia até a Rocca Maggiore de Assis, onde chegará às 16h30, horário local, deste domingo, com paradas na ponte San Giovanni, Bastia Umbra, a Basílica de Santa Maria dos Anjos de Assis e a Praça Inferior de São Francisco.
Como parte da mesma, será realizada a primeira Marcha das Crianças pela Paz, que começa em Bastia Umbra às 10h30, hora local, e termina duas horas depois em Assis.
“Em um mundo inflamado pelo ódio, pela violência e pelo horror da guerra, nos manifestamos mais uma vez, porque contra a guerra, o genocídio e o rearmamento, precisamos de uma força de paz, e nós somos essa força”, disse Fratoianni em declarações à mídia.
Por sua vez, Albanese se referiu aos recentes passos em direção a um acordo de paz para pôr fim ao massacre de Israel contra os palestinos em Gaza, onde já morreram mais de 67 mil pessoas por causa desses ataques, e afirmou que o que aconteceu na Faixa foi resultado “de um plano deliberado, desejado e executado, destinado a destruí-la”.
“Fala-se em reconstrução sobre os escombros e as valas comuns, mas não em curar as feridas infligidas à alma desse povo. Estou muito preocupada”, disse a relatora, acrescentando que “qualquer pessoa que conheça a Palestina sabe que a paz sem direitos não funciona”.
A marcha é realizada sob o lema “Imagine todo o povo, vivendo a vida em paz”, inspirado na letra da canção Imagine, de John Lennon, e em sua convocação os organizadores apontaram que “em um tempo sombrio que mata a confiança e a esperança, queremos inspirar um sonho, antigo e moderno”.
“Trata-se do sonho de uma sociedade fraterna, à qual o papa Francisco se referiu em várias ocasiões, em um mundo devastado pelo individualismo, pelo egoísmo e por uma indiferença que mata e permite matar, enquanto o conflito de interesses alimenta guerras impiedosas de todos os tipos”, acrescenta o manifesto.
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