Domingo, Outubro 12, 2025
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Jornalistas no Chile pedem mobilização pela Palestina como no Vietnã

Santiago do Chile, 12 de outubro (Prensa Latina) Jornalistas chilenos se juntaram a uma manifestação massiva na capital para expressar solidariedade aos seus colegas em Gaza, onde até hoje mais de 200 comunicadores perderam a vida devido aos ataques de Israel.

Por Carmen Esquivel

“O número de profissionais da imprensa assassinados na Faixa é brutal”, declarou à Prensa Latina a presidente do Colégio de Jornalistas do Chile, Rocío Alorda, que também expressou sua preocupação com a falta de liberdade de informação no enclave palestino.

Ela denunciou que há um número significativo de correspondentes estrangeiros a quem Israel não permite sair de Gaza e informou que estão fazendo gestões junto ao Ministério das Relações Exteriores para apoiar os colegas que conseguiram sair de lá.

A esse respeito, ela observou que há um cinegrafista e um jornalista de Gaza que já estão neste país.

Destacados comunicadores e líderes do sindicato participaram neste sábado da marcha que partiu da avenida Providencia, seguiu pela Alameda e passou em frente ao Palácio de La Moneda, sede da Presidência, até a Praça dos Heróis.

“São mais de 200 de nossos colegas assassinados por um único objetivo: impedir que o mundo conheça o massacre e o genocídio em Gaza”, disse à agência Mónica González, Prêmio Nacional de Jornalismo 2019.

Gonzáles também é fundadora do meio independente Centro de Investigación Periodística e autora de vários livros, entre eles Chile entre el Sí y el No (1988) e Los mil y un días del golpe (2000).

“É preciso continuar mobilizados como na época da guerra do Vietnã. Nós a paramos quando nos mobilizamos em todos os países”, disse ela.

O jornalista investigativo Mauricio Weibel considerou um ato de profundo heroísmo o que os comunicadores estão fazendo hoje na Palestina, informando a humanidade em condições extremas.

Ele lembrou que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lhes concedeu o prêmio Guillermo Cano de liberdade de imprensa porque prestam um serviço à humanidade absolutamente louvável e corajoso.

As condições de vida do povo palestino são muito difíceis. Não há água, não há alimentos, nem escolas, nem hospitais, disse ele.

Milhares de pessoas participaram da manifestação convocada por ocasião do segundo aniversário do mais recente conflito no Oriente Médio, que já custou a vida de cerca de 70 mil palestinos na Faixa de Gaza, em sua maioria mulheres e crianças.

O advogado Nelson Hadad denunciou que já se passaram dois anos de genocídio e que estão avançando na coleta de assinaturas para exigir a aplicação do artigo sexto da Carta da ONU e expulsar Israel do organismo internacional.

Aqui não pode haver impunidade, os criminosos de guerra Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant foram indiciados pelo Tribunal Penal Internacional e terão que enfrentar o banco dos réus, disse Hadad.

oda/car/mb

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