Quinta-feira, Outubro 09, 2025
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Terceiro dia de negociações no Egito para encerrar a guerra em Gaza

Cairo, 8 de out (Prensa Latina) As negociações indiretas entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) para encerrar a guerra em Gaza entraram hoje em seu terceiro dia com profundas divergências, embora os mediadores permaneçam otimistas.

A emissora de TV saudita Al Hadath informou que várias figuras proeminentes participarão das reuniões desta quarta-feira, que ocorrerão no resort egípcio de Sharm El-Sheikh, localizado no nordeste da Península do Sinai.

Entre elas, estavam o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani; o chefe da inteligência turca, Ibrahim Kalin; e o secretário de Estado israelense para Assuntos Estratégicos, Ron Dermer.

Também participarão Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, e o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

De acordo com diversos veículos de comunicação regionais, como a emissora de TV egípcia Al Qahera, os contatos iniciais ocorreram em um clima positivo.

O diálogo se baseia em um plano apresentado por Trump, criticado pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que, no entanto, concordou em manter negociações para pôr fim à agressão israelense.

Fontes do grupo islâmico revelaram ao jornal Asharq Al-Awsat que um roteiro foi elaborado durante a primeira rodada para determinar o cronograma das negociações, com a participação do Egito, Catar, Turquia e Estados Unidos.

De acordo com o jornal, o Hamas exigiu o fim dos ataques israelenses como condição fundamental para avançar em direção a uma troca de prisioneiros e também quer garantias claras quanto ao fim do conflito após a entrega dos prisioneiros.

Em entrevista ontem à Al Qahera, o chefe da delegação de negociação do Hamas, Khalil Al-Hayya, afirmou que o objetivo é interromper a campanha de guerra contra Gaza.

Compartilhamos os objetivos e aspirações do nosso povo por estabilidade, independência e autodeterminação, enfatizou.

Ao longo de sua história, a ocupação israelense não cumpriu suas promessas, por isso queremos garantias claras de Trump e dos demais mediadores de que “esta guerra terminará de uma vez por todas”, observou a Al-Hayya.

Os palestinos temem que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu continue as operações militares após a libertação dos 48 prisioneiros israelenses mantidos por milícias palestinas, dos quais estima-se que 20 ainda estejam vivos.

Em troca, Israel libertará cerca de 250 palestinos que cumprem longas penas no país vizinho, mas há controvérsias sobre vários de seus nomes.

O Hamas quer a libertação de Marwan Baghouti, líder do movimento Fatah, e de Ahmed Saadat, secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina, entre outros, algo a que Netanyahu se opõe.

Uma vez acordado este ponto, que acompanharia uma retirada parcial do exército de áreas de Gaza, outras questões-chave serão abordadas, como a entrada imediata de ajuda, a reconstrução e a formação de um governo tecnocrático para administrar o território sob supervisão internacional, embora esta última seja rejeitada pela milícia.

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