Quarta-feira, Outubro 08, 2025
NOTÍCIA

Bolívia rejeita exclusões da Cúpula das Américas

La Paz, 8 de out (Prensa Latina) Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia hoje "rejeita categoricamente a exclusão das nações irmãs Venezuela, Cuba e Nicarágua da Cúpula das Américas".

O texto reafirma o compromisso do Estado Plurinacional com os princípios de respeito, inclusão, autodeterminação dos povos e não ingerência nos assuntos internos dos Estados.

“A Cúpula das Américas deve se tornar um espaço de encontro e diálogo político sem exclusões, visando promover a cooperação, a integração regional e o respeito à diversidade ideológica e política dos Estados que compõem nosso continente”, afirma o documento.

O comunicado considera que a exclusão de países por motivos políticos ou ideológicos contradiz os princípios fundamentais do multilateralismo, da igualdade soberana dos Estados e da unidade hemisférica, que inspiram a Carta das Nações Unidas.

“Nesse sentido, a Bolívia reitera seu compromisso com a integração latino-americana e caribenha, baseada no respeito mútuo, na soberania dos povos e no princípio da unidade na diversidade (…)”, acrescenta o texto.

O Ministério das Relações Exteriores indica que o caminho para uma América verdadeiramente justa e unida só será possível com a participação de todos os seus Estados, sem discriminação ou imposições externas.

Em 30 de setembro, o Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, condenou a decisão do governo da República Dominicana de excluir seu país, a Venezuela, e a Nicarágua da próxima Cúpula das Américas.

“Expressamos profunda preocupação e rejeição à decisão imposta pelo governo dos EUA à República Dominicana de excluir três países, incluindo Cuba, da 10ª Cúpula das Américas”, declarou o Ministro das Relações Exteriores na ocasião na plataforma de mídia social X.

Ele também comentou que “uma Cúpula das Américas construída sobre exclusão e coerção está fadada ao fracasso”.

A denúncia de Rodríguez ocorreu após uma declaração divulgada naquela terça-feira pelo Ministério das Relações Exteriores, intitulada “A unidade e a defesa da Nossa América exigem uma cúpula hemisférica sem exclusões”.

A declaração afirmava que a decisão das autoridades dominicanas em relação à cúpula de 4 e 5 de dezembro em Punta Cana “constitui uma evidente rendição às brutais pressões unilaterais do Secretário de Estado dos EUA”.

O documento acrescentava que isso consolidaria o retrocesso histórico neste sistema de cúpulas e impossibilitaria um intercâmbio respeitoso e produtivo entre a América Latina e o Caribe com a potência imperialista que, mais uma vez, utiliza a política das canhoneiras e a Doutrina Monroe contra a nossa região.

kmg/jpm / fav

RELACIONADAS

Edicão Portuguesa