Ao intervir em um diálogo público do Escritório de Ligação da África Austral (SALO), Botes destacou que a próxima cúpula do G20 em Joanesburgo, em novembro, marcará um marco histórico por ser a primeira a ser realizada em solo africano.
“Este não é um G20 que simplesmente ocorre na África, é um G20 africano em sua essência, que defende as aspirações das economias emergentes”, afirmou o diplomata durante sua intervenção no evento organizado pelo SALO.
Em seu discurso, Botes também ressaltou que a gestão sul-africana, sob o lema “Solidariedade, Igualdade, Sustentabilidade”, é guiada pelo legado do líder histórico Oliver Reginald Tambo e pelos princípios da Conferência de Bandung, focados na justiça e na equidade no cenário multilateral.
Entre as conquistas concretas, o vice-ministro destacou a criação do Comitê Extraordinário de Especialistas sobre Desigualdade Global, presidido pelo ganhador do Prêmio Nobel Joseph Stiglitz, e a Agenda de Cooperação do G20 com a África (ACA), que funciona como um roteiro para investimentos em setores produtivos do continente.
O alto funcionário também apontou avanços no redirecionamento de Direitos Especiais de Giro para bancos de desenvolvimento africanos e na reforma dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento, demandas históricas da região.
A presidência sul-africana organizou reuniões do G20 em países como Egito, Nigéria e Etiópia, ampliando a participação continental. Além disso, colocou na agenda temas cruciais como transição energética justa, segurança alimentar e governança da inteligência artificial. Botes também enfatizou que a África não é mais um ator periférico na economia global, mas afirma seu lugar legítimo na governança econômica internacional, com a União Africana como membro pleno do G20.
O diplomata concluiu reafirmando o compromisso de que o legado da presidência pro tempore da África do Sul constitua uma transformação econômica tangível para a África, garantindo que os recursos do continente impulsionem seu crescimento e desenvolvimento sustentável. A cúpula de Joanesburgo, marcada para os dias 22 e 23 de novembro, é vista como um momento decisivo para demonstrar que a liderança do Sul Global pode oferecer substância, estabilidade e solidariedade no cenário internacional.
ro/mv/bm
