O jornal destacou que as últimas vítimas mortais foram registradas ontem à noite, quando um jovem de 21 anos foi baleado na cidade de Rahat e outro homem de 50 anos na localidade de Deir al-Assad.
Este ano, «os números da criminalidade e dos assassinatos na sociedade árabe-israelense estão a bater recordes negativos», sublinhou a publicação.
De acordo com dados oficiais, em 2023, 222 membros dessa comunidade morreram por essa causa e, no ano seguinte, outros 221.
Em fevereiro, o presidente da câmara de Lod, Yair Revivo, atacou o governo pela falta de ações claras para combater a violência e as gangues criminosas que assolam a minoria, que representa pouco mais de 21% da população total.
«O Estado de Israel decidiu implementar o plano do presidente norte-americano, Donald Trump, só que melhorado: reduzir a população de árabes-israelenses», denunciou ironicamente na rede social X.
Revivo referiu-se assim à proposta de Trump de expulsar a população palestina da Faixa de Gaza, que provocou duras críticas no Oriente Médio e no resto do mundo.
Em vez de transferi-los, o que é uma grande dor de cabeça, permitimos que eles se matem entre si, disse o presidente da câmara.
Os descendentes dos palestinos que não foram expulsos das suas terras após a criação do Estado judeu, em 1948, denunciam desde então que são tratados como cidadãos de segunda classe.
Uma pesquisa realizada em março de 2022 revelou que 94% dos árabes que vivem em Israel já sofreram racismo e discriminação da maioria judaica em algum momento.
Muitos líderes comunitários culpam a polícia por ignorar e até tolerar poderosas organizações criminosas.
Por sua vez, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu atribui o aumento da criminalidade ao florescimento do crime organizado e à proliferação de armas nas ruas.
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