Apesar da rejeição popular, o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e o ativista palestino Samer Abdelrazzak Sinijlawi, radicado em Jerusalém, destacaram neste sábado, no Fórum La Toja Atlantic Link, a perspectiva de uma solução que envolva o reconhecimento dos dois Estados.
Grupos de solidariedade à Palestina na Galícia se aproximaram do local do colóquio para condenar a presença de Olmert, que, de qualquer forma, se mostrou curiosamente moderado e otimista quanto a uma futura coexistência pacífica entre palestinos e israelenses.
O ex-chefe de governo de Tel Aviv justificou a retaliação do regime de Benjamin Netanyahu após os ataques do Hamas de 7 de outubro e considerou o grupo islâmico o pior e que muitos “danos colaterais” eram inevitáveis.
Samer Abdelrazzak, por sua vez, enfatizou que ninguém, incluindo os israelenses, pode esquecer que “Gaza foi varrida do mapa”, uma tremenda tragédia palestina.
“Nós, palestinos, somos reféns do presidente do Hamas há 20 anos. O primeiro passo para mudarmos a dinâmica do nosso relacionamento com Israel e toda a região é mudar a liderança”, opinou.
O Fórum de La Toja, na Galícia, não fez nada para acalmar as demandas de milhares de pessoas na Espanha que consideram o que Israel fez em Gaza um genocídio, lembrando o número de mais de 65.000 cidadãos palestinos assassinados, incluindo cerca de 20.000 crianças.
Um confinamento estudantil na Universidade Complutense, um protesto em Barcelona e inúmeros comícios no País Basco se somam às marchas em Madri em apoio ao povo palestino.
As manifestações também incluem a rejeição à interceptação israelense da Flotilha Global Sumud (GSF).
“A Palestina vencerá do rio ao mar”, gritavam centenas de manifestantes em frente ao Ministério das Relações Exteriores, em uma área central da capital.
Até mesmo o ex-chefe de governo espanhol, Felipe González, socialista, mas altamente crítico do atual chefe de governo, Pedro Sánchez, disse hoje em uma conferência em Lanzarote, Ilhas Canárias, que desconfia do plano de paz do presidente americano Donald Trump para Gaza.
Nesse sentido, afirmou que “se Pedro Sánchez propôs um plano de paz, devemos apoiá-lo”, antes de enfatizar que Israel deve parar de matar crianças, idosos e mulheres.
Em Barcelona, continua um protesto em solidariedade a Gaza e em defesa da flotilha, tendo sido montado nesta quinta-feira perto do World Trade Center, na capital catalã, com cerca de 30 tendas que pretendem manter permanentemente.
Da mesma forma, em Pamplona, Navarra, milhares de pessoas marcharam em apoio à resistência palestina e exigiram o rompimento de relações com Tel Aviv.
“Vida longa à resistência palestina. Dissolução de Israel” foi o principal slogan levantado pelos manifestantes.
Enquanto isso, em Sevilha, o coordenador federal da Esquerda Unida (IU), Antonio Maíllo, enfatizou seu ceticismo em relação às negociações para um plano de paz, dada “a possibilidade de Israel continuar sendo o obstáculo à paz”.
Maíllo participou da manifestação na capital andaluza em apoio ao povo palestino e para exigir a libertação dos membros da flotilha de ajuda humanitária para Gaza, detidos por Israel em águas internacionais.
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