Quarta-feira, Outubro 01, 2025
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Mais de 13 mil denúncias de roubo de terras foram registradas no país

Cidade da Guatemala, 1º de outubro (Prensa Latina) A Associação para a Defesa da Propriedade Privada (ACDEPRO) registrou 13.245 denúncias de roubo de terras desde 2020 na Guatemala, com 99 despejos, informou hoje um veículo de comunicação local.

Em um relatório, a ACDEPRO registrou 1.250 denúncias até o momento em 2025, projetando um ano de alta incidência e evidências de uma resposta estatal insuficiente, descreveu o jornal Prensa Libre. Os povos indígenas também se referem ao alto número de documentos falsos.

Ao falar da necessidade de monitorar a segurança jurídica em relação à terra, a ACDEPRO reconheceu a difícil situação de milhares de proprietários de terras em todo o país e pediu a implementação de um protocolo de despejo unificado e vinculativo.

Em nível departamental, ele mencionou que esta capital lidera a lista com 2.799 denúncias (21,13%), seguida por Huehuetenango com 1.361 (10,28%) e San Marcos com 1.147 (8,66%).

Casos como o da fazenda Canasec (invadida por 15 anos), o da fazenda Santa Rosita (nove anos) e o da fazenda El Sauce (oito anos) exemplificam a situação do problema em regiões como Alta Verapaz, Izabal e Baja Verapaz, descreveu no texto.

Ele identificou os principais obstáculos aos despejos como a corrupção, a influência do crime organizado, a lentidão e o custo dos processos judiciais e o uso de crianças e mulheres como “escudos humanos”.

Além disso, há uma falta de coordenação entre instituições como o Ministério Público, a Polícia Nacional Civil e a Defensoria Pública.

Analistas sobre o assunto, no entanto, alertaram que, nos últimos anos, foram introduzidas plantações de cana-de-açúcar e café, principalmente monoculturas, e palma africana, o que está tomando todas as terras destinadas ao cultivo de milho.

Além disso, os despejos na Guatemala têm sido uma política de Estado para atender aos interesses dos grupos dominantes, a pequena elite oligárquica do país.

Cinquenta e cinco despejos estavam programados para os primeiros meses de 2025, mas fracassaram porque o presidente guatemalteco Bernardo Arévalo cumpriu seu papel, reconheceu o líder indígena Domingo Hernández.

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