Quarta-feira, Outubro 01, 2025
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Esquerda francesa denuncia acordo que beneficia a extrema direita

Paris, 1º de outubro (Prensa Latina) Líderes da esquerda francesa acusaram hoje o bloco governista na Assembleia Nacional de fazer um acordo "extremamente sério" com a extrema direita para obter acesso a cargos-chave na câmara baixa.

Com o retorno dos deputados ao trabalho após as férias de verão, a Assembleia realizou eleições para renovar sua Mesa, nas quais dois dos seis vice-presidentes escolhidos foram Sébastien Chenu e Hélène Laporte, parlamentares do Rally Nacional (RN), partido liderado por Marine Le Pen.

Para os socialistas, a decisão do bloco governista optou por desmembrar a Frente Republicana, formada no segundo turno das eleições legislativas do ano passado para impedir que o RN obtivesse a maioria no Palácio Bourbon.

A Europe Ecology e os Verdes também criticaram o pacto, chamando-o de lamentável.

Um ano após a Frente Republicana, vemos a “afronta republicana”, reagiu Marine Tondelier, presidente dos Verdes, no X.

Em contraste, o presidente da RN, Jordan Bardella, afirmou que os dois cargos de vice-presidente do partido identificado com a extrema direita representam “o mínimo de respeito” pelos milhões de eleitores da organização, o que polariza a opinião pública com suas posições anti-imigrantes e certo distanciamento da União Europeia.

O primeiro turno das eleições legislativas do ano passado deixou a RN em posição de dominar a Assembleia Nacional; no entanto, os demais partidos franceses uniram forças para impedir a vitória da extrema direita.

Le Pen e Bardella então denunciaram a manobra, muito semelhante à que apoiou Emmanuel Macron no segundo turno contra o líder da RN nas eleições presidenciais de 2017 e 2022.

Nas eleições desta tarde, além de Chenu e Laporte, as candidatas insubordinadas Clémence Guetté e Nadège Abomangoli, e os aliados do partido governista Christophe Blanchet (MoDem) e Marie-Agnès Poussier-Winsback (Horizons), foram eleitos vice-presidentes da Assembleia Nacional.

A deputada do partido governista Yaël Braun-Pivet permanece como presidente da Câmara dos Deputados, cargo que não estava em disputa.

ro/wmr/glmv

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