Sexta-feira, Outubro 03, 2025
NOTÍCIA

No Brasil, filho de Bolsonaro é notificado para prestar queixa

Rasilia, 29 de setembro (Prensa Latina) O juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou hoje que o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, está obstruindo a notificação da queixa por coação em um processo judicial.

Segundo Moraes, o deputado está fora do Brasil para evitar uma potencial dívida legal e fugir da aplicação da lei.

O descendente do ex-presidente de extrema direita reside nos Estados Unidos desde fevereiro.

Portanto, o juiz responsável pelo caso determinou que a notificação da queixa seja feita por meio de edital.

Em um processo judicial, essa comunicação é utilizada quando o tribunal não consegue localizar a pessoa para informá-la diretamente, por exemplo, por meio de um oficial de justiça.

Nesse sentido, o edital é publicado no Diário Oficial ou em outro meio autorizado e tem validade jurídica como se o destinatário tivesse sido notificado.

Para Moraes, a medida foi adotada porque o deputado ainda mantém um escritório na Câmara dos Deputados e uma casa em Brasília, onde reside sua família. Isso significa que ele poderia confirmar digitalmente seu conhecimento da notificação, se assim desejasse.

No caso do outro réu, o blogueiro Paulo Figueiredo, a notificação será feita por meio de carta rogatória, mediante cooperação internacional.

Junto com Figueiredo, o filho de Bolsonaro foi indiciado em 22 de setembro pela Procuradoria-Geral da República por suposta obstrução de Justiça durante o julgamento de seu pai por tentativa de golpe de Estado após as eleições gerais de 2022.

Ambos se reuniram com membros do governo do presidente Donald Trump para solicitar sanções contra cidadãos brasileiros.

Ambos também publicaram vídeos e postagens em redes sociais anunciando suas manobras e ameaçando autoridades nacionais.

Os réus terão agora 15 dias para apresentar suas defesas antes que o Supremo Tribunal Federal decida se aceita as acusações e instaura processo criminal contra eles.

Em suas declarações, os dois afirmam buscar anistia para os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o que beneficiaria Bolsonaro pai.

Desde que começaram a fazer lobby nos Estados Unidos, além de impor tarifas adicionais sobre produtos brasileiros, o governo Trump revogou vistos de autoridades brasileiras e aplicou a Lei Magnitsky contra Moraes.

Recentemente, a esposa do juiz tornou-se alvo da Lei Magnitsky, que sanciona autoridades estrangeiras em todo o mundo por violações de direitos humanos ou corrupção, autorizando o congelamento de bens e a proibição de entrada nos Estados Unidos.

arc/ocs/glmv

RELACIONADAS

Edicão Portuguesa