Domingo, Setembro 28, 2025
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Trabalhadores panamenhos denunciam violações à liberdade associação

Cidade do Panamá, 28 de setembro (Prensa Latina) A Confederação Nacional da Unidade Sindical Independente (Conusi) anunciou hoje que apresentará novas denúncias à Organização Internacional do Trabalho (OIT) por violações à liberdade de associação cometidas pelo governo panamenho.

O secretário-geral da Conusi, Marco Andrade, afirmou que nos dias 1 e 2 de outubro, na República Dominicana, onde será realizada a conferência regional da OIT, solicitará ao Executivo uma resposta à brutal perseguição de que são vítimas os trabalhadores, em especial devido às arbitrariedades cometidas pela Ministra do Trabalho, Jackeline Muñoz.

Andrade também anunciou a realização do Congresso da Conusi para os dias 21 e 22 de novembro, mais um fórum para repudiar os abusos e violações dos direitos trabalhistas e humanos liderados pelo governo de José Raúl Mulino, que favorece apenas as empresas privadas.

Em julho passado, uma delegação da Confederação Sindical das Américas (TUCA), que visitou o Panamá, reuniu depoimentos e evidências para elaborar um relatório à OIT sobre os abusos e a criminalização de protestos contra uma lei de seguridade social.

O Secretário de Fortalecimento e Organização da TUCA, o argentino Marcelo Di Stéfano, declarou à Prensa Latina que pressionarão para que o Panamá participe do fórum de Santo Domingo, conforme estabelecido pelo regulamento, com uma delegação tripartite (governo, empregadores e trabalhadores).

Além disso, garantirão a representação de seus sindicatos filiados — Convergência Sindical, Conusi e a Confederação Geral Autônoma de Trabalhadores do Panamá.

Também apoiarão a entrega de uma carta assinada pelo Secretário-Geral da OIT, Gilbert Houngbo, a Mulino solicitando o fim das violações sindicais em um dos 24 países listados pela organização.

Eles também indicaram que, em 2026, apresentarão uma moção de censura contra a presidência do Panamá do Comitê Interamericano de Ministros do Trabalho, visto que a chefe do departamento, Jackeline Muñoz, tem sido a peça-chave na demanda do poder executivo pela dissolução do sindicato dos trabalhadores da construção civil por liderar protestos populares.

Por sua vez, a chefe do Trabalho apresentou um pedido ao Supremo Tribunal de Justiça para dissolver o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Construção Civil e Indústrias Afins (Suntracs), um dos grupos que compõem a Conusi.

A ação se baseia em supostas irregularidades do sindicato, embora os fundamentos legais específicos para o pedido não tenham sido detalhados publicamente até o momento. O caso gerou reações de diversos setores, incluindo vozes críticas das esferas jurídica e sindical, como o ex-ministro do Trabalho Luis Ernesto Carles, que questionou publicamente a base legal do caso, argumentando que o Suntracs mantém plenamente sua função como organização sindical.

“Este sindicato negociou 12 acordos coletivos de trabalho com a Câmara Panamenha da Construção nos últimos anos. Isso é prova suficiente de que cumpre seus objetivos sindicais”, enfatizou.

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