Sábado, Setembro 27, 2025
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Semana de Portos e Ameaças ao Canal do Panamá

Cidade do Panamá, 27 set (Prensa Latina) A apresentação de projetos portuários e novas ameaças à neutralidade do Canal do Panamá marcou a semana que se encerra hoje.

Durante o fórum comemorativo do 20º aniversário da Plataforma Participativa da Bacia do Canal, seu administrador, Ricaurte Vázquez, explicou que no próximo mês começarão as primeiras tratativas de mercado para a construção de um terminal no lado do Pacífico (Corozal) e outro no lado do Atlântico (Telfers).

Será um processo semelhante ao realizado para promover a construção de um gasoduto, com a participação de 45 empresas interessadas, muitas delas estrangeiras.

A ideia de construir terminais de transbordo ao redor do Canal ressurgiu com força como parte do processo de transferência da concessão dos portos de Balboa (Pacífico) e Cristóbal (Atlântico) da operadora CK Hutchison, sediada em Hong Kong, para um consórcio formado pela gestora de fundos americana BlackRock e pela Terminal Investment Limited (TiL), braço portuário da gigante do transporte marítimo MSC.

De acordo com relatos da imprensa, esta operação, parte da venda global de mais de 40 portos operados pela CK Hutchison por quase US$ 23 bilhões, foi interrompida pela China em meio a uma batalha geopolítica com os Estados Unidos.

É neste contexto que outras partes interessadas surgiram para participar da transação global entre a CK Hutchison e a BlackRock, como a gigante chinesa do transporte marítimo Cosco e a empresa francesa CMA CGM, segundo relatos da mídia.

Em outra nota, foi revelado que, assim como o presidente José Raúl Mulino declarou perante a 80ª Assembleia Geral da ONU que a neutralidade do Canal do Panamá é garantia de sua segurança — outro tópico que chamou a atenção da imprensa —, mais ameaças cercam a hidrovia interoceânica.

Uma carta enviada pelo Comitê de Supervisão e Reforma Governamental ao Departamento de Transportes dos EUA (DOT) indica a necessidade de uma investigação sobre o que eles chamam de “crescente influência do Partido Comunista Chinês (PCC) no Panamá”.

O congressista republicano James Comer, presidente do Comitê de Supervisão, está solicitando um briefing sobre como o Departamento de Transportes planeja combater a influência do gigante asiático no istmo e garantir a segurança e a neutralidade da rota.

O Comitê de Supervisão está solicitando este briefing para 1º de outubro, no qual levanta três questões-chave, incluindo: se o Tratado de Neutralidade for revogado, sob quais autoridades o Departamento de Transportes assumirá a operação do Canal do Panamá e com que rapidez isso poderá ser alcançado?

No entanto, perante os chefes de Estado e/ou de governo, Mulino reiterou sua fé no sistema das Nações Unidas para fazer cumprir os Tratados Torrijos-Carter e de Neutralidade de 1977, como principal garantia da segurança do Canal, por onde passa quatro por cento do comércio marítimo mundial, e que é e continuará sendo panamenho, enfatizou.

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