O Ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, que lidera a delegação da ilha esta semana nas Nações Unidas, discursará na manhã de sábado, mas as quatro letras do país que ele representa já foram mencionadas inúmeras vezes em demonstrações de solidariedade.
Só ontem, quase uma dúzia de países expressaram seu apoio à maior ilha do Caribe, entre eles a Primeira-Ministra de Barbados, Mia Mottley.
“Cuba sempre foi uma fonte de apoio para muitos ao redor do mundo em tempos de conflito, crises de saúde e resistência colonial, especialmente na África”, disse ele.
No entanto, Cuba pagou um alto preço por insistir em seu direito à autodeterminação, disse ele.
Mais uma vez, devemos estar dispostos a dialogar para pôr fim ao sofrimento e à privação desproporcionais impostos à sociedade cubana pelo que agora é considerado globalmente um embargo injusto e outras medidas coercitivas unilaterais, acrescentou o dignitário.
“Barbados reitera seu apelo pelo fim do embargo e pela remoção de Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo. Isso é injusto.”
A reunião testemunhou pronunciamentos semelhantes desde sua abertura na terça-feira. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro chefe de Estado a discursar no pódio.
Em seu discurso, ele descreveu a inclusão de Cuba na lista unilateral de Washington de supostos Estados patrocinadores do terrorismo como inaceitável.
Enquanto isso, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, condenou o uso de medidas coercitivas unilaterais e também pediu o levantamento imediato do cerco unilateral que busca sufocar o povo cubano há décadas.
Gustavo Petro, Presidente da Colômbia, por sua vez, agradeceu aos países que “nos ajudaram a semear a paz: Catar, Cuba, México, Vaticano, Noruega, Brasil e Venezuela”.
Da mesma forma, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, reafirmou “sua firme oposição a medidas coercitivas unilaterais que excluem os povos de Cuba, Venezuela e Zimbábue”.
Tais medidas, acrescentou, violam “a Carta das Nações Unidas, face aos princípios de justiça, solidariedade e direito internacional”.
Da mesma forma, o Presidente do Vietnã, Luong Cuong, reafirmou sua solidariedade “com o Estado e o povo de Cuba e apelou aos Estados Unidos para que levantem o bloqueio contra Cuba e retirem Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo”.
Seu homólogo angolano, João Lourenço, exigiu “o levantamento incondicional do injusto e prolongado embargo contra Cuba, que tem tido graves consequências para a economia e o povo cubano, que lutam diariamente para resistir à punição que a comunidade internacional também rejeita”.
Ele enfatizou que Cuba, que desempenhou “um papel importante na luta dos povos africanos” e ajudou a “derrubar o regime racista e desumano do apartheid na África do Sul e a independência da Namíbia, não pode ser considerada arbitrária e unilateralmente um Estado patrocinador do terrorismo”.
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