Com isso, o atual governo reverteu tendências negativas recentes e recuperou o apoio entre segmentos da classe média e eleitores de centro.
Os dados também mostram uma recuperação significativa na confiança da população.
Em julho, 51% criticavam a gestão do presidente progressista, em comparação com 43% que o apoiavam.
A desaprovação havia atingido preocupantes 54% em maio, enquanto o apoio permanecia em 40%.
De acordo com o Ipespe, a base mais fiel a Lula continua sendo o eleitorado de esquerda, onde o apoio chega a 95%.
No entanto, o fato mais relevante é que o ex-líder sindical agora supera a desaprovação entre os eleitores de centro.
Na classe média, historicamente mais volátil e crítica, o governo alcança 51% de aprovação. No centro político, chega a 49%.
Esses números marcam uma mudança em relação aos primeiros meses do ano.
A pesquisa indica que a percepção do Executivo se fortaleceu, apesar das persistentes tensões com o Congresso Nacional e dos efeitos da política tarifária americana.
Ambos os fatores pressionaram a popularidade de Lula no primeiro semestre.
O resultado sugere uma recomposição de apoio estratégico que pode ampliar a margem de manobra do governo em questões legislativas.
A consolidação do apoio centrista é vista como fundamental para a sustentação das reformas pendentes no Parlamento.
A retomada também abre um cenário de maior confiança para o Partido dos Trabalhadores, que enfrentava dificuldades para unir sua base em torno da agenda econômica.
A pesquisa, que reflete um clima menos adverso para o partido governista, foi realizada de 19 a 22 de setembro, período que não incluiu os efeitos dos recentes protestos contra a chamada Emenda do Escudo (PEC, que amplia a proteção de parlamentares contra investigações judiciais) nem o discurso contundente de Lula na ONU.
No total, foram entrevistadas 2.500 pessoas em todas as regiões do país. A margem de erro é de mais ou menos dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95,45%, o que reforça a consistência dos resultados.
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