O vice-ministro afirmou que a intervenção do dignitário se concentrará nas conquistas do Processo de Mudança e na posição do país em relação a questões globais como a crise climática, a luta contra os incêndios florestais, o respeito aos direitos humanos e a defesa do direito internacional.
Esta será a última participação de Arce no cenário multilateral mais importante do mundo antes de concluir seu mandato no próximo dia 8 de novembro.
De forma reiterada, nesse cenário multilateral, o dignitário tem criticado, desde 2021, o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba e o massacre de Israel contra o povo palestino.
Da mesma forma, em seus discursos na sede da ONU, em Nova York, Arce tem sido enfático nas críticas às medidas coercitivas unilaterais e às represálias aplicadas pelas potências hegemônicas contra os povos do Sul Global, em detrimento de seu desenvolvimento e dos direitos humanos mais elementares.
Na véspera, o chefe de Estado participou da Reunião de Alto Nível “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo”, onde criticou a crise do liberalismo e os interesses hegemônicos que, segundo ele, buscam minar os processos emancipadores no mundo.
“Democracia e extremismo são dois conceitos bastante amplos e imprecisos, pois podem dar lugar a manipulação e instrumentalização para consolidar países que caminham em direção à sua emancipação”, afirmou em discurso em Nova York.
“Para decepção dos políticos e pensadores de concepção liberal”, enfatizou o mandatário, “a ameaça à democracia liberal não vem do comunismo. (…) Vem dos poderosos que não se sentem confortáveis com a irrupção dos povos que, de forma organizada e protagonista do Estado, por meio do sufrágio popular”.
Também observou que direitos fundamentais como a liberdade de expressão e de organização sofrem sérias limitações e, sob o pretexto de conflitos bélicos, eleições periódicas são suspensas.
Descreveu que esses setores “hegemônicos da burguesia, tanto mundial quanto de cada um de nossos países, se incomodam com o fato de os povos ampliarem a democracia para formas cada vez mais participativas e diretas”.
Precisou que essas elites recorrem ao que chamou de “guerra híbrida” para defender os interesses do capital concentrado, recorrendo a “guerras comerciais sob o pretexto de protestar contra sentenças contra figuras que lideraram golpes de Estado ou por posições que questionam o mundo unipolar”.
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