De acordo com o programa, os oradores incluirão o Presidente Vladimir Zelensky, da Ucrânia; Masoud Pezeshkian, do Irã; Javier Milei, da Argentina; e José Raúl Mulino, do Panamá.
Na cerimônia de abertura, na terça-feira, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, lamentou a existência de muitas crises descontroladas e o fato de o mundo estar em risco de proliferação nuclear.
Suas declarações, que não soaram otimistas diante do plenário da Assembleia Geral, alertaram para o agravamento das crises em um número crescente de países.
“Muitas crises continuam sem controle. A impunidade prevalece. A anarquia é contagiosa. Ela convida ao caos, acelera o terrorismo e corre o risco de uma guerra nuclear total”, disse o chefe da organização multilateral às delegações de 193 países.
Guterres enfatizou que os pilares da paz estão desmoronando sob o peso da impunidade, da desigualdade e da indiferença.
“Para cada dólar investido no apoio ao nosso trabalho fundamental de construção da paz, o mundo gasta US$ 750 em armas de guerra.
Isso não é apenas insustentável, mas indefensável”, enfatizou.
Ele opinou que “em todo o mundo, vemos países agindo como se as regras não se aplicassem a eles. Vemos seres humanos tratados como menos que humanos”.
No Sudão, observou, “civis estão sendo massacrados, mortos de fome e silenciados”, e em Gaza, onde “os horrores se aproximam de seu terceiro ano monstruoso”.
O chefe da ONU, no entanto, insistiu na necessidade de multilateralismo e cooperação internacional.
“Cooperação internacional não é ingenuidade. É pragmatismo sensato. Em um mundo onde as ameaças transcendem fronteiras, o isolamento é uma ilusão. Nenhum país pode deter uma pandemia sozinho”, acrescentou.
Nem “nenhum exército pode deter o aumento das temperaturas. Nenhum algoritmo pode reconstruir a confiança depois de perdida. Estes são testes de estresse globais: de nossos sistemas, nossa solidariedade e nossa determinação”, disse ele.
No dia da abertura do Segmento de Alto Nível, os presidentes do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, subiram ao palco.
Esta maratona contará com 193 palestrantes e cerca de 1.642 reuniões bilaterais.
A 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU — até setembro de 2026 — será presidida por uma mulher, Annalena Baerbock, a quinta a ocupar o cargo nos 80 anos de história da ONU.
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