Kongjian e outras três pessoas viajavam a bordo de um avião que caiu na zona rural de Aquidauana, na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul. Não há sobreviventes.
O paisagista asiático foi recentemente uma das principais atrações da Bienal de Arquitetura, realizada em São Paulo, e discursou na inauguração do evento, que ocorreu no dia 19.
Posteriormente, partiu em missão para a região do Pantanal de Mato Grosso do Sul para explorar a região.
De acordo com o portal G1, amigos do cineasta Luiz Ferraz, outra vítima do acidente, ele e o arquiteto estavam filmando um documentário sobre as cidades-esponja.
Kongjian é considerado o criador de uma das ideias mais inovadoras da arquitetura moderna, as cidades-esponja, projetadas para absorver grandes volumes de água.
“Venho de uma pequena cidade com um rio. Vivi como agricultor durante 17 anos, e isso me ensinou a trabalhar com a natureza”, disse ele certa vez.
Ele projetou obras em mais de 70 cidades, que atualmente podem receber mais chuva do que a que caiu no ano passado no Rio Grande do Sul.
Esse conceito de cidade-esponja ganhou força após a tragédia de Beijing em 2012, quando fortes chuvas causaram a morte de quase 80 pessoas.
Naquela época, a Cidade Proibida, construída séculos antes com um sofisticado sistema de drenagem, permaneceu seca.
A tragédia reforçou a crítica de Kongjian: as cidades modernas dependem excessivamente de infraestruturas de concreto, tubulações e bombas, mas negligenciam as soluções naturais que permitem a infiltração da água no solo.
A partir de então, a China começou a investir fortemente em projetos de cidades esponjas.
O renomado arquiteto adotou a natureza e a metodologia conhecida como soluções baseadas na natureza para absorver, limpar e utilizar a água do rio e da chuva, em vez de expulsá-la rapidamente das áreas urbanas por meio de tubulações.
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