Em sua sede em Matignon, o mandatário nomeado em 9 de setembro após a destituição de François Bayrou tentará convencer a Intersindical, movimento que reúne as principais organizações do país sob a reivindicação de que o novo orçamento não seja projetado com base na austeridade e às custas dos trabalhadores.
Liderados pela Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), os sindicatos levaram às ruas, em 18 de setembro, cerca de um milhão de pessoas, segundo suas estimativas, para protestar contra as políticas econômicas.
Um dia depois, os diversos sindicatos reunidos na Intersindical intimaram o primeiro-ministro a responder às suas reivindicações antes de 24 de setembro (hoje), a fim de evitar novas mobilizações.
As entidades patronais também alertaram Lecornu que protestarão se suas medidas afetarem os interesses empresariais.
Com a queda de Bayrou em 8 de setembro, quando a Assembleia Nacional negou-lhe a confiança, naufragou seu plano orçamentário para 2026, que incluía 44 bilhões de euros em economias e cortes e a impopular proposta de suprimir dois feriados.
Consciente de sua fragilidade diante do domínio da oposição na Câmara dos Deputados e da pressão social, Lecornu tenta elaborar um projeto com maior aceitação, sem abandonar a premissa da recuperação das finanças públicas, afetadas por um déficit e uma dívida entre os piores da União Europeia, que levaram à desvalorização da nota da França pelas agências de classificação de risco.
Nesse sentido, o primeiro-ministro adiantou que não buscará a eliminação de dois feriados, com a qual Bayrou pretendia economizar cerca de quatro bilhões de euros.
oda/wmr/bm