Quarta-feira, Setembro 24, 2025
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Lula reafirma nos EUA sua disposição de negociar com Trump

Brasília, 23 set (Prensa Latina) O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou hoje sua disposição de dialogar com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, sobre as tarifas de 50% impostas aos produtos nacionais.

Lula está em Nova York, nos Estados Unidos, onde proferirá nesta terça-feira o tradicional discurso inaugural da Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Sempre que os Estados Unidos quiserem negociar, estaremos prontos. Os que estão prontos para negociar são meu vice-presidente, que também é ministro da Indústria e Comércio, meu ministro da Fazenda e meu ministro das Relações Exteriores”, declarou Lula em entrevista concedida à rede americana PBS, citada pela mídia local. Em julho, Trump citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado como uma das razões para o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros.

Na carta que anunciava o aumento das tarifas, o republicano classificou o julgamento como uma “caça às bruxas” e exigiu sua cessação imediata.

“Sempre que tentamos falar sobre comércio, alguém nos Estados Unidos diz: ‘Isso não é problema meu. Não, não é uma questão comercial. É uma questão política’. Então, quando o presidente Trump quiser falar de política, eu também posso falar de política”, reiterou Lula na entrevista à PBS.

No entanto, ele defendeu mais uma vez a soberania do Brasil e afirmou que não aceitará que “nenhum país do mundo interfira em nossa democracia”.

Tal declaração surgiu horas depois que o Departamento do Tesouro impôs sanções financeiras e territoriais, em virtude da Lei Magnitsky Global, à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

“O que não aceitamos é que ninguém, nenhum país do mundo, interfira em nossa democracia nem em nossa soberania”, insistiu o fundador do Partido dos Trabalhadores.

Ele esclareceu que o Brasil está pronto para dialogar e que “tudo pode ser resolvido na mesa de negociações. Uma mesa de negociações não custa nada. Não destrói uma ponte. Não destrói um barco, não mata ninguém. Tudo leva tempo, mas é melhor, é mais saudável”, enfatizou.

O Brasil avalia impor restrições às compras governamentais de bens produzidos nos Estados Unidos como medida recíproca às sanções impostas por Trump.

Especialistas exploram opções possíveis e a medida seria uma alternativa a políticas mais severas, como a proibição de produtos americanos nas compras governamentais.

A proposta em consideração consiste em utilizar um sistema de margens de preferência para comprar produtos não americanos, mesmo que custem um pouco mais, como resposta às sanções de Washington.

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