Segunda-feira, Setembro 22, 2025
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Médico palestino desafia Israel após assassinato de seus familiares

Ramala, 21 de setembro (Prensa Latina) O diretor do Complexo Médico Al-Shifa, Mohammed Abu Salmiya, confirmou hoje que continuará seu trabalho na cidade de Gaza e não será evacuado para o sul, após o assassinato de vários de seus familiares em um ataque israelense.

Em declarações à imprensa nesta manhã, Abu Salmiya afirmou que as equipes médicas não interromperão seu trabalho na cidade, em meio a uma ofensiva terrestre em grande escala do Exército contra a localidade.

Continuaremos nosso trabalho apesar da destruição, da falta de medicamentos e dos ataques às nossas casas e famílias, garantiu o médico.

A esse respeito, ele denunciou que os profissionais do setor realizam suas tarefas em condições insuportáveis, apesar disso, mantêm-se firmes em seu compromisso de salvar vidas e atender aos feridos.

Não interromperemos nossas operações, ratificou Abu Salmiya, que alertou sobre o colapso quase total do sistema de saúde, a escassez de medicamentos e os cortes de eletricidade.

A constância médica representa a última linha de defesa contra a política de limpeza étnica praticada por Israel, afirmou.

Ele também condenou os ataques diretos contra hospitais e pessoal médico, que considerou uma tentativa de quebrar a vontade palestina.

“Permanecerei no meu posto ao lado do meu povo, e as equipes médicas permanecerão até o último momento”, insistiu.

Na semana passada, seis membros de sua família, incluindo um irmão, foram mortos em um bombardeio israelense contra sua casa, localizada no campo de refugiados de Al-Shati.

Há alguns dias, a Prefeitura de Gaza alertou sobre o agravamento do desastre humanitário na cidade como resultado da intensificação dos ataques israelenses, que fazem parte de uma campanha para reocupar essa região palestina.

Por sua vez, o Ministério da Saúde do enclave costeiro denunciou que os departamentos de emergência dos hospitais que ainda funcionam lá estão sobrecarregados devido ao alto número de feridos que chegam como consequência da ofensiva.

As Forças Armadas israelenses estimam que meio milhão de habitantes ou refugiados na cidade, metade do total, já fugiram para o sul para escapar da campanha bélica.

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