A decisão foi confirmada por Boulos através da rede social X.
O processo visa determinar se o parlamentar cometeu atos puníveis com destituição, entre eles coação da justiça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O processo terá duração inicial de 60 dias, com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período.
A investigação inclui uma fase de instrução administrativa, que contempla a coleta de provas, a apresentação da defesa e um relatório final, antes de passar para o julgamento interno.
De acordo com a denúncia apresentada por Boulos em julho, o descendente do ex-presidente violou o marco legal aplicável aos servidores públicos federais ao orquestrar sanções do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil e membros do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o deputado do Partido Socialismo e Liberdade, essas medidas resultaram em uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, em vigor desde agosto, com efeitos diretos sobre as contas públicas.
“Essa conduta corrói o patrimônio nacional e agrava a crise fiscal”, argumentou.
Ele afirmou que Eduardo Bolsonaro teria agido em benefício próprio e de seu pai, em detrimento do interesse nacional, o que constitui outra das causas de demissão previstas na legislação federal.
“A Polícia Federal aceitou nossa representação e iniciou um processo para destituir Eduardo Bolsonaro do cargo de secretário por traição”, escreveu Boulos em sua publicação.
Em processos anteriores, a própria força da ordem pública havia acusado Eduardo Bolsonaro por suposta coação à justiça e pela abolição violenta do Estado de Direito.
Agora, o processo disciplinar reforça a pressão institucional sobre o filho do ex-chefe de Estado.
O caso abre uma nova frente no Congresso Nacional, no qual a família Bolsonaro enfrenta múltiplas questões judiciais e políticas.
A decisão final dependerá do andamento da investigação interna da PF e de suas eventuais consequências administrativas.
Em qualquer cenário, espera-se que o período agrave o já complexo clima político no Brasil, onde se cruzam a gestão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ataques da oposição bolsonarista (adeptos de Bolsonaro).
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