Segundo a organização, os números coincidem com relatórios de juízes penitenciários e da Defensoria do Povo, que documentam violações dos direitos à alimentação, saúde e reabilitação em centros sob controle militar.
O CDH lembrou que, durante uma visita de verificação em 22 de abril ao Centro de Privação de Liberdade nº 1 de Guayas, na Penitenciária Litoral, constatou “tratamento incompatível com a dignidade humana”.
Depoimentos coletados pelo Comitê indicam que situações semelhantes estão ocorrendo nas prisões de Esmeraldas e Cotopaxi, onde os detentos relataram ter sido privados de atendimento médico, visitas familiares, alimentação adequada e atividades de reabilitação.
A organização sustentou que o modelo prisional imposto desde março de 2024 “produz anualmente mais mortes do que massacres em prisões” e aumentou os casos de corrupção dentro das Forças Armadas, responsáveis pela gestão das instalações.
A CDH responsabilizou diretamente o presidente Daniel Noboa e as autoridades prisionais pelo que descreveu como “mortes evitáveis e condições de detenção desumanas”.
A organização exigiu que a emergência seja implementada prioritariamente nos centros de detenção nº 1 e 7 de Guayas, Esmeraldas e Cotopaxi, com o restabelecimento imediato dos serviços básicos de saúde, alimentação, visitas e programas de reabilitação.
Advertiram que, devido à sua “escala, repetição e consciência estatal”, esses eventos podem constituir crimes contra a humanidade e, portanto, continuarão a processar ações judiciais de natureza penal e constitucional.
O Centro de Documentação de Direitos Humanos (CSMM) “Segundo Montes Mozo SJ”, referindo-se ao apelo da CDH, confirmou os graves retrocessos em direitos e garantias no sistema prisional equatoriano.
Desde a visita ao Equador, em fevereiro de 2006, do Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária, as políticas públicas sobre prisões e direitos humanos de pessoas privadas de liberdade têm oscilado, observou o CSMM.
Segundo o grupo, entre os fatores que transformaram as prisões equatorianas em verdadeiras “bombas-relógio” estão a corrupção na gestão prisional, a militarização, a presença e o controle das prisões por grupos do crime organizado, a alocação orçamentária insuficiente, entre outros.
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