De acordo com relatos divulgados pela rede Daraa 24, pelo menos 18 veículos militares israelenses penetraram na zona, dos quais 12 estacionaram no centro da localidade e outros seis foram destacados nas imediações do vale, numa aparente operação de controle territorial.
Durante a ofensiva, as forças israelenses realizaram buscas domiciliares em várias residências sob o pretexto de localizar armas.
Não foram relatadas detenções, mas o desdobramento gerou alarme entre os residentes e representou uma nova violação da soberania síria por parte de Tel Aviv.
A operação ocorre apenas um dia depois que unidades do exército israelense realizaram incursões semelhantes em várias localidades da província vizinha de Quneitra, no sudoeste do país.
Nessas operações, as tropas invadiram violentamente casas, causaram danos a propriedades privadas e agrediram fisicamente vários civis, incluindo um jovem com uma fratura no nariz, segundo informou o canal Syria TV.
Além disso, foi relatada a presença de veículos militares israelenses em áreas povoadas das aldeias de Bregah e Bir Ajam, no que observadores locais consideram uma campanha sistemática de intimidação e controle militar na região adjacente ao Golã sírio ocupado.
As agressões, que incluem espionagem por meio de drones, incursões terrestres e detenções arbitrárias de pastores e camponeses perto da linha de separação estabelecida em 1974, se intensificaram após a queda do governo de Bashar Al-Assad em dezembro do ano passado.
Em recentes declarações à imprensa nacional, o presidente sírio, Ahmed Al-Shara, denunciou que tais atos fazem parte de uma estratégia israelense para desmembrar a Síria e mantê-la como um foco de conflito permanente na região.
O mandatário confirmou que Damasco solicitou oficialmente às Nações Unidas o retorno imediato das forças de separação da ONU (UNDOF) às suas posições originais e exigiu o restabelecimento do status quo anterior a 8 de dezembro, data a partir da qual se multiplicaram os ataques aéreos e terrestres contra alvos sírios. As autoridades sírias alertam que a comunidade internacional deve assumir a responsabilidade pelo que classificam como uma violação flagrante do direito internacional e uma tentativa deliberada de desestabilizar o país árabe.
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