Uma multidão vestida de branco o acompanhou em uma curta caminhada de alguns quarteirões pelo centro da cidade costeira até que ele subiu em uma van e proferiu seu discurso de dois minutos, no qual falou de uma “batalha final”.
“Devemos deixar o povo decidir. Há questões e desafios sobre os quais os cidadãos podem expressar sua opinião, e essa será a nossa batalha final”, disse Noboa, referindo-se às questões propostas para um referendo e um plebiscito que o Tribunal Constitucional deve analisar.
O presidente alegou que participava da mobilização para cumprir um dever cívico e democrático, mas insistiu em questionar o órgão de controle constitucional que bloqueou parcialmente trechos de três leis que considera fundamentais, bem como quatro questões que pretendia incluir em seu referendo.
“Eles querem estar do lado dos narcotraficantes, querem estar do lado dos criminosos. Temos que levantar a voz e exigir nas urnas os rumos deste país, sem posturas ou extremismos; isso é pura democracia”, afirmou o presidente.
Analistas questionam a organização de uma mobilização pelo Poder Executivo para exigir paz e segurança, quando é justamente o governo o responsável por garantir esse direito.
Nas últimas horas, surgiram alegações de que servidores públicos do país foram forçados a comparecer sob pressão de seus superiores.
Enquanto isso, protestos também são esperados em Quito e outras cidades do país esta tarde, mas contra as leis e medidas de Noboa, bem como em rejeição ao processo consultivo, que deve custar cerca de US$ 60 milhões.
Nesta capital, a Frente Única dos Trabalhadores (FUT) e outras organizações sociais marcharão em defesa da saúde, da educação pública, do trabalho decente, da seguridade social, dos direitos humanos e dos direitos da natureza.
A partir das 16h (horário local), eles se reunirão em frente à sede do Instituto Equatoriano de Seguridade Social (IESS) e marcharão em direção ao Centro Histórico, onde cercas e tanques militares já foram instalados ao redor do Palácio Carondelet, sede do Poder Executivo.
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