Em um evento no estado amazônico, Lula criticou as manobras de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos.
Ele apontou que o parlamentar buscou apoio do presidente americano, Donald Trump, para que Washington aplicasse sanções contra o Brasil, o que classificou como um ato vergonhoso, devido ao julgamento que seu pai enfrenta por golpista.
“Vivemos um momento delicado, em que vemos candidatos eleitos, conscientes de seus erros, enviando seu filho para pedir ao governo americano que puna o Brasil”, disse Lula, sem citar diretamente o político de extrema direita.
Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) conta com dois votos favoráveis, de cinco possíveis, para condenar Bolsonaro.
O juiz Alexandre de Moraes, relator do caso, afirmou que há provas suficientes de que Bolsonaro liderou uma organização criminosa para se perpetuar no poder após perder as eleições de 2022.
Membro da primeira sala do STF, o ministro Luiz Fux deve votar nesta quarta-feira e pode elevar para três o número de votos contrários ao ex-capitão do Exército e aproximar o tribunal de uma decisão histórica contra ele.
De acordo com De Moraes, o ex-chefe de Estado pretendia anular as eleições de 2022, nas quais perdeu para Lula, por meio de planos subversivos que buscavam alterar a ordem constitucional e desconsiderar o resultado eleitoral expresso pela maioria da população.
A Polícia Federal sustenta que Bolsonaro conhecia o plano denominado Punhal Verde e Amarelo, que propunha o uso de explosivos e veneno contra Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio De Moraes. A documentação revela uma tentativa de assassinato coordenada.
Outro projeto, chamado Copa Mundial 2022, consistia em capturar De Moraes. Ambas as conspirações teriam contado com o apoio de círculos militares e setores radicais ligados ao bolsonarismo (adeptos de Bolsonaro), que buscavam desestabilizar o sistema democrático brasileiro por meio de atos violentos.
Lula lembrou que é a primeira vez na história que um ex-presidente enfrenta um julgamento por conspirar contra a democracia.
Ele criticou os pedidos de anistia feitos antes do término do processo. Segundo ele, tais pedidos equivalem a uma confissão de culpa. “Não faz sentido pedir perdão a quem ainda não foi condenado”, enfatizou.
mem/ocs/bm
