Com o voto de um juiz, o número de ministros que estariam inclinados a considerar o ex-presidente de extrema direita culpado pela conspiração violenta após as eleições gerais de 2022 subiria para três.
As sessões da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) estão abertas na capital, onde cinco ministros devem decidir se Bolsonaro conspirou para derrubar a democracia.
O pano de fundo do caso está nas disputas eleitorais de três anos atrás, nas quais ele perdeu para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na véspera, o desembargador Flávio Dino acompanhou o voto inicial do desembargador Alexandre de Moraes, relator do caso, que acusou Bolsonaro de liderar um grupo conspiratório que busca impedir a posse de Lula e manter um sistema autoritário de poder.
Dino foi enfático ao afirmar que o ex-presidente é manifestamente culpado por ter atuado contra o regime democrático.
Ele esclareceu que o julgamento segue os parâmetros normais da Justiça brasileira e afastou qualquer caráter excepcional ou político do caso.
O Ministro enfatizou que os crimes contra o Estado Democrático de Direito são imprescritíveis e não admitem indulto ou anistia.
“Não faz sentido falar em extinção da punibilidade”, argumentou, reforçando a linha acusatória contra o ex-capitão do Exército.
Com dois votos já registrados, a primeira turma caminha para uma possível maioria que deixaria Bolsonaro legalmente condenado.
A sentença também incluiria sete de seus colaboradores, acusados de integrar a conspiração para subverter a ordem institucional.
Em seu parecer inicial, Moraes explicou que os réus formavam uma organização criminosa com o objetivo de impedir a posse de Lula.
Segundo sua argumentação, o grupo operava com estratégias para manter Bolsonaro no poder a todo custo.
A figura do político de extrema direita continua gerando forte polarização na sociedade brasileira, entre aqueles que o apoiam e aqueles que o consideram um perigo para a democracia.
Os juízes Luiz Fux, Carmen Lúcia Antunes e Cristiano Zanin, presidente da Turma, ainda não se manifestaram.
A pauta do julgamento prevê a conclusão na sexta-feira, embora a maioria possa ser alcançada antes caso um deles concorde com a condenação.
Se a decisão for confirmada, Bolsonaro seria condenado nesta quarta-feira pela maioria da Turma, marcando um ponto de inflexão na história política recente do Brasil.
jha/ocs / fav