O encontro foi organizado pelo governo federal, que lidera rotativamente o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita.
Espera-se que Lula faça uma declaração na abertura do encontro virtual, como anfitrião, e posteriormente os demais participantes se manifestem.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros, numa tentativa de interferir no julgamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe, após as eleições de 2022.
Durante sua intervenção nesta segunda-feira, segundo o portal G1, Lula poderia reafirmar sua defesa da soberania brasileira, mas com um tom calibrado para não irritar Trump nem servir de pretexto para novas sanções de Washington.
O site afirma que a convocação busca debater diferentes perspectivas sobre o multilateralismo, incluindo a imposição de tarifas americanas, as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e a necessidade de reformas nas Nações Unidas e na Organização Mundial do Comércio.
A reunião ocorre dois meses após a cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, um período em que aumentaram as tensões no cenário internacional, incluindo as frequentes críticas de Trump ao bloco.
Não se espera que a reunião termine com um comunicado oficial, mas a intenção é estabelecer uma posição sobre temas da agenda internacional, respeitando as particularidades políticas de cada membro do bloco em sua relação com os Estados Unidos e outros países.
O governo está considerando publicar um comunicado após o encontro com detalhes do que foi discutido.
Lula também pretende reafirmar seu apelo aos países do BRICS para que participem da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30), que será realizada em novembro em Belém, capital do estado amazônico do Pará, no norte do país.
O G1 indica que o líder progressista utiliza fóruns internacionais para fazer esse apelo, tendo em vista seu desejo de impulsionar a adoção de mecanismos para financiar a proteção florestal e a transição energética na COP.
O Brasil lançará na conferência o chamado Fundo Florestas Tropicais Para Sempre para arrecadar recursos e distribuí-los aos países em desenvolvimento que conservam suas florestas.
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