Por Jorge Petinaud Martínez

Correspondente-chefe na Bolívia

Traducción: George Mc Pherson

“Sinto-me muito orgulhosa de ter recebido este reconhecimento do governo venezuelano, que é mais um incentivo para continuar trabalhando em tudo o que se relaciona à cultura e à promoção da leitura entre as crianças”, afirmou em entrevista à Prensa Latina.

A empresária e promotora cultural declarou a esta agência de notícias que este trabalho representa o maior esforço do governo boliviano para promover a leitura e a produção intelectual desde a infância.

“Hoje podemos dizer com alegria que estamos viajando pelo país e entregando nossas Histórias Mágicas, escritas por crianças, e acredito que esse trabalho foi reconhecido como o esforço de toda a equipe da Editora Estatal, o que nos deixa ainda mais orgulhosos”, disse ela.

Machicado acrescentou que outro motivo de orgulho para ela e para todos os especialistas e funcionários da editora em geral são os canais de contribuição para os títulos de benefícios sociais no país.

“O primeiro é o título Juancito Pinto”, enfatizou com orgulho, “para o qual, em cinco anos, contribuímos com aproximadamente 17 milhões de bolivianos (mais de dois milhões de dólares), e a outra parte é o pagamento de impostos, para o qual ultrapassamos 20 milhões de bolivianos (quase três milhões de dólares)”.

Ela explicou que esses últimos recursos são redistribuídos em benefício do povo boliviano.

“Da mesma forma, geramos uma receita de mais de 100 milhões de bolivianos (aproximadamente 14 milhões de dólares), o que nos permitiu manter uma empresa estável, eficiente e autossustentável, que também conta com mais de 60 milhões de bolivianos (8,5 milhões de dólares) em matérias-primas e insumos para continuar produzindo”, afirmou.

Sobre a colaboração editorial com a Venezuela, Machicado destacou a apresentação, na recente Feira Internacional do Livro de La Paz, do volume “El Pensamiento del Libertador: Economía y Sociedad”, do destacado intelectual boliviano Luis Britto.

Machicado comentou que, com esta obra publicada por ocasião do bicentenário da independência da Bolívia, a editora busca proporcionar aos jovens do país andino-amazônico o acesso a um estilo de pensamento fundamental para a construção de um mundo melhor.

O livro explora a visão de Bolívar sobre economia e sociedade, questões às quais ele deu prioridade enquanto liderava as forças de independência, libertando territórios que hoje abrangem seis nações: Venezuela, Colômbia, Panamá, Equador, Peru e Bolívia.

A obra do vencedor do Prêmio Casa de las Américas (1970 e 1979) revela os ideais de alguém que nasceu rico e morreu na pobreza, a caminho do exílio, enterrado com uma camisa emprestada.

O livro reflete como Bolívar abordou a distribuição de terras, a erradicação da escravidão e a necessidade de incorporar os cidadãos aos processos produtivos.

O livro destaca a preocupação do Libertador com a propriedade, a justiça social e a necessidade de criar uma sociedade mais equitativa.

Em suma, a obra revela como Bolívar enfrentou os desafios econômicos e as intervenções estrangeiras de sua época, confrontando oligarquias sul-americanas que agiam em conluio com potências imperiais estrangeiras.

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