A comissão especial que investiga esse grave conflito de interesses que envolve diretamente o presidente como promotor do token falso também decidiu intimar o porta-voz Manuel Adorni e o chefe de gabinete, Guillermo Francos.
Se eles se recusarem, a oposição poderá recorrer à juíza Romilda Servini, que investiga o caso, para obrigá-los a comparecer perante os legisladores que investigam o papel do executivo no esquema multimilionário que também está sendo julgado nos tribunais dos Estados Unidos.
Da Casa Rosada, o governo acusou os opositores de criar um “Poder Judiciário paralelo”.
A comissão investigadora do caso $Libra tem o poder de intimar funcionários pela força pública, faculdade aprovada pela nova maioria deste painel.
Karina Milei, irmã do presidente, está no centro da tempestade de todas as denúncias de corrupção que atingem o governo e será obrigada a comparecer para prestar esclarecimentos aos deputados.
A secretária-geral da Presidência não é a única convocada: também foram citados cerca de vinte funcionários nacionais e empresários do mundo das criptomoedas. Até mesmo o tradutor da Casa Rosada foi chamado para prestar depoimento.
Os parlamentares também concordaram em chamar os corretores de criptomoedas que se reuniam habitualmente na Casa Rosada com Milei e que são identificados como o braço local do escândalo das criptomoedas.
Eles são Mauricio Novelli e Manuel Terrones Godoy, os dois organizadores do Tech Forum, onde Milei participou como palestrante em outubro de 2024. Lá, de acordo com a linha de investigação seguida pela comissão, Novelli apresentou Julián Peh — proprietário da KIP Protocol, a empresa por trás do projeto Libra, cujo nome verdadeiro é Peh Chy Haur — e conheceu a família de Hayden Davis.
Também foram convocados o ex-chefe de Assessores, Demian Reidel, os titulares das comissões de Valores, Roberto Silva, e do Escritório Anticorrupção, Alejandro Melik, bem como Florencia Zicavo, braço direito do ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, e que atuou como titular da unidade criada para investigar o escândalo $Libra, que foi encerrada poucos meses após sua criação.
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