Segunda-feira, Setembro 01, 2025
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Mais de 500 jornalistas credenciados para julgamento de Bolsonaro

Brasília, 1 set (Prensa Latina) O Supremo Tribunal Federal (STF) credenciou até hoje 501 jornalistas brasileiros e internacionais para cobrir o julgamento que começa amanhã contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe.

Além dos profissionais da imprensa, mais de 3.300 pessoas se inscreveram para assistir às sessões.

O público ficará localizado na segunda sala do plenário do STF, onde foram habilitados 150 assentos para os inscritos.

Mas o julgamento será realizado na primeira sala e 80 lugares serão atribuídos aos jornalistas por ordem de chegada.

O julgamento mudará a rotina no centro de Brasília, onde a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) implementou um plano especial.

As mudanças começam nesta segunda-feira e continuam até o final do litígio, previsto para 12 de setembro.

O acesso à Praça dos Três Poderes está sendo controlado nesta segunda-feira pela Polícia Militar do Distrito Federal e o efetivo de vigilância nas estradas próximas será reforçado.

Também foi criada uma unidade de inteligência que reúne várias agências distritais e nacionais para monitorar a situação em tempo real.

O acesso ao prédio do STF será controlado por detectores de metais e cães policiais farão a varredura da área circundante.

À noite, drones com câmeras térmicas ajudarão a detectar movimentos suspeitos.

Bolsonaro e os sete aliados do chamado núcleo um ou crucial da conspiração golpista podem pegar até 43 anos de prisão se forem condenados à pena máxima pelos crimes que lhes são imputados e as penas forem acumuladas.

Junto com o ex-capitão do Exército, entre os acusados estão militares, ex-funcionários e aliados políticos próximos.

Esse grupo teria desempenhado um papel central no planejamento e na execução de ações destinadas a reverter os resultados das eleições presidenciais de 2022, que consagraram o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva como vencedor.

Os oito acusados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, danos qualificados a bens federais e deterioração de propriedades protegidas.

O relatório final da Polícia Federal revela, entre outras questões, que as provas reunidas demonstram inequivocamente que Bolsonaro “planejou, agiu e teve o domínio direto e efetivo dos atos executórios realizados pela organização criminosa”.

O documento especifica que o golpe não ocorreu apenas por fatos “alheios à vontade” do ex-governante, pois a maioria do alto comando militar não se juntou à conspiração.

Além desses oito réus, a trama violenta identificada pela Procuradoria Geral envolve outros 24 acusados, organizados em três grupos distintos, de acordo com suas funções.

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