Quinta-feira, Setembro 04, 2025
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Espanha reforça apoio à Palestina e à frota solidária

Madri, 31 de agosto (Prensa Latina) A Espanha reforçou hoje seu apoio à Palestina e contra o genocídio de Israel, ao mesmo tempo em que reiterou seu compromisso com uma solução pacífica no Oriente Médio para dois Estados.

Prestes a zarpar de Barcelona com uma frota solidária rumo a Gaza, a vice-presidente segunda do Governo e ministra do Trabalho da Espanha, Yolanda Díaz, fez um apelo para “romper relações com Israel”.

“Obrigada às centenas de pessoas e barcos que partem hoje rumo a Gaza para romper o bloqueio de Israel. O governo israelense deve permitir sua chegada”, destacou Díaz, fundadora do grupo Sumar, um dos pilares do governo nacional.

Em uma mensagem divulgada nas redes sociais, concretamente no Bluesky, ela agradeceu à frota Global Sumud Flotilla por sua iniciativa e pela coragem das pessoas que buscam oferecer uma colaboração humanitária indispensável a Gaza.

Ao enfatizar seu apelo para romper relações com Israel, a vice-presidente segunda assegurou que, neste momento, “não se pode olhar para outro lado. É preciso parar o genocídio”.

Muitos dos detidos ou deportados há dois meses quando tentavam fazer algo semelhante, repetem agora na Global Sumud Flotilla, na qual estão envolvidos 44 países e conta com 50 barcos, com passageiros de renome internacional, entre eles a atriz americana Susan Sarandon e a ativista sueca Greta Thunberg.

O principal objetivo da expedição não é apenas estabelecer um corredor humanitário para Gaza, mas também exigir que os governos parem “o genocídio de Israel na Faixa”, como destacaram Sarandon e Thunberg, em um dia de reflexão e colóquios ontem em Barcelona.

-CONTRA OS EXCESSOS DE ISRAEL

Da capital da Catalunha partirão 20 navios, aos quais se juntarão os restantes quando chegarem à Tunísia na quinta-feira, 4 de setembro, com uma mobilização em Espanha de cerca de 500 pessoas, muitas delas artistas e intelectuais do país ibérico.

Além de reiterar todas as vias possíveis de proteção diplomática, o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, lembrou que não permitir a passagem terrestre de ajuda humanitária viola o direito internacional, assim como impedir que jornalistas possam entrar livremente em Gaza. Por outro lado, partidos políticos espanhóis como EH Bildu, Podemos, ERC, Comuns e CUP, estes três da Catalunha, deram seu apoio à Global Sumud Flotilla e exigiram ao governo nacional o rompimento imediato das relações com Israel e o embargo de armas.

A secretária política e eurodeputada do Podemos, Irene Montero, denunciou a violação da legalidade internacional, ao mesmo tempo em que opinou que “o silêncio e a inação são uma forma de cumplicidade dos principais governos europeus, do governo dos Estados Unidos e também do governo da Espanha”.

“Embargo total de armas a Israel e rompimento imediato de todas as relações diplomáticas e comerciais”, exigiu Montero.

Enquanto isso, o eurodeputado do Comuns Jaume Asens lançou uma pergunta aberta neste domingo ao ministro Albares sobre “o que fará se houver um ataque de Israel à frota”.

Na véspera, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, renovou seu apoio ao presidente da Palestina, Mahmud Abbas, após a “injusta revogação” pelos Estados Unidos dos vistos dos diplomatas palestinos designados para participar da Assembleia Geral da ONU no final de setembro.

“A Palestina tem o direito de fazer ouvir sua voz nas Nações Unidas e em todos os fóruns internacionais”, afirmou.

Além disso, indicou que “os ataques a civis em Gaza são desumanos e devem cessar imediatamente. É preciso permitir a passagem da ajuda humanitária para aliviar o sofrimento da população”.

oda/ft/mb

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