Publicado pela fundação Fiocruz, o primeiro Informe Epidemiológico sobre a Situação de Saúde dos Jovens Brasileiros: Violências e Acidentes, mostra que a desigualdade racial é mais pronunciada entre os jovens e que a idade, o gênero e a região influenciam diretamente no risco de morte.
Entre 2022 e 2023, serão registradas 128.826 mortes de jovens de 15 a 29 anos.
Dessas, 65% (84.34) foram devidas a causas externas, ou seja, não relacionadas a doenças ou processos naturais do corpo, mas a fatores como violência, acidentes e confrontos armados.
Como parte desse grupo, o estudo revela que a idade é um fator de risco mais determinante do que a localização geográfica.
Os adolescentes de 15 a 19 anos sofrem mais agressões físicas e estão mais expostos a conflitos, enquanto os de 20 a 24 anos têm a maior taxa de mortes violentas, geralmente no início de suas vidas profissionais.
A taxa de mortalidade por causas externas nessa faixa etária chegou a 218,2 por 100.000 habitantes, mais alta do que a média da população em geral (149,7).
Os acidentes com armas de fogo e motocicletas estão entre as principais causas de morte, com os homens respondendo por 84% das mortes em acidentes de trânsito e mais da metade (53%) em motocicletas.
Agressões com armas de fogo são a principal forma de morte violenta tanto em homens quanto em mulheres, de acordo com a fonte.
Entre os casos de violência registrados no Sistema Único de Saúde (SUS) do estado, a agressão física foi a mais comum (47%), seguida da violência psicológica ou moral (15,6) e da violência sexual (7,2).
Outro dado relevante é que a intervenção policial responde por 3% das mortes externas entre os jovens, três vezes mais do que a taxa registrada na população em geral (1%).
Em nível regional, as zonas norte e nordeste apresentam o maior risco de mortalidade juvenil, enquanto no estado do Amapá a taxa de mortes externas entre jovens de 20 a 24 anos chegou a 447 por 100.000 habitantes, e na Bahia, a 403.
As divisões territoriais com as maiores taxas de violência juvenil foram o Distrito Federal (696,1), Espírito Santo (637,8), Mato Grosso do Sul (629,5) e Roraima (623,5), bem acima da média nacional de 250,6 por 100.000 habitantes.
npg/ocs/bm