Félix Pierre, presidente do Sindicato dos Empregados da Eletricidade do Haiti (EDH), instou o primeiro-ministro Alix Didier e o presidente interino do Conselho Presidencial de Transição, Laurent Saint-Cyr, a priorizarem essa questão.
Em 17 de junho, moradores de Mirebalais forçaram o fechamento da usina de Péligre pela segunda vez, exigindo que o governo reforçasse a segurança para pôr fim ao terrorismo e à ocupação de gangues na área.
Para tornar seu descontentamento ainda mais evidente, alguns moradores sabotaram cinco torres da linha de alta tensão EDH de 115.000 volts, que abastece a região metropolitana e a capital.
O governo prometeu avaliar os danos e iniciar os reparos necessários, mas apenas demonstrou sua inação, segundo o jornal online Haiti Libre.
Os reparos podem levar seis meses, já que os equipamentos para a execução da obra precisam ser importados do exterior.
Atualmente, a empresa privada E-Power está alimentando a rede com 26 megawatts de eletricidade rotativa, geração insuficiente para Porto Príncipe.
Além disso, as usinas termelétricas não têm o combustível necessário para operar; por exemplo, a fonte citada afirma que o Carrefour III precisa de 18 mil galões de diesel para operar por oito horas.
A população acusa as autoridades estaduais de serem coniventes com as gangues, e esse argumento alimenta a indignação popular.
Robinson Mazarin, membro da sociedade civil de Mirebalais, denunciou as manobras políticas orquestradas nos bastidores por algumas figuras.
“Assim como os membros do Conselho Presidencial de Transição (CPT) estão divididos entre si e em desacordo com o governo, na prática, cada um desses grupos conta com agentes que influenciam a população”, enfatizou Mazarin, citado pelo jornal Le Nouvelliste.
Mazarin acusou as autoridades centrais de contribuírem para o enfraquecimento da usina de Péligre.
“Não precisamos de diálogo. Eles só precisam responder às nossas demandas: mobilizar agentes da lei, equipá-los adequadamente para as operações em Mirebalais, e a eletricidade retornará a Porto Príncipe”, concluiu.
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