Uma reportagem publicada no site do jornal Il Primato Nazionale indica que a iniciativa de criar o MPH, o primeiro posto avançado humano permanente na superfície lunar, ganhou força após a recente assinatura de um contrato entre a Agência Espacial Italiana (ASI) e a Thales Alenia Space.
Este é um passo crucial no Roteiro Artemis, um programa espacial internacional que visa retornar astronautas à Lua e criar uma plataforma de testes para futuras missões a Marte, informou o veículo de notícias.
O módulo, projetado para suportar as condições extremas da superfície lunar por pelo menos dez anos — com fortes flutuações de temperatura, radiação, poeira abrasiva, micrometeoritos e baixa gravidade — terá dupla função: como abrigo habitável e rover.
Assim, poderá hospedar astronautas, além de apoiar operações científicas e navegar na superfície, funcionando como um verdadeiro laboratório orbital.
O presidente da ASI, Teodoro Valente, afirmou que este projeto faz parte de uma visão de investimento de longo prazo, e sua implementação ganhou maior relevância após a promulgação da primeira Lei Espacial da Itália, como “um exemplo concreto do compromisso do governo em apoiar a nascente economia espacial”.
Trata-se de uma lei-quadro que regula a governança, as autorizações e as responsabilidades das atividades espaciais, que servirá como ferramenta para atrair investimentos para este setor “e garantir segurança jurídica para nossos parceiros internacionais”, afirmou Valente.
Com esta iniciativa, acrescentou, a Itália deixa de ser uma mera subcontratada, passando a ser um ator central na nova corrida espacial, capaz de combinar expertise industrial, ambição geopolítica e um marco regulatório.
Por sua vez, Giampiero Di Paolo, vice-presidente executivo da Thales Alenia Space, afirmou que a assinatura do contrato representa “uma oportunidade única para impulsionar o progresso científico e tecnológico europeu, estabelecendo o primeiro posto avançado humano italiano na superfície lunar”.
O MPH não é apenas um projeto tecnológico, mas um marco geopolítico que marca o retorno deste país como um player na nova competição espacial, acrescentou a fonte.
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