A Agência de Controle Metropolitano (AMC) removeu seis dessas estruturas metálicas, que permanecerão sob custódia enquanto o procedimento administrativo correspondente é realizado, segundo a agência.
A agência indicou que os responsáveis podem ser sancionados com multas equivalentes a dois salários-base (US$ 940) para cada um dos outdoors, que foram colocados sem as devidas autorizações municipais em avenidas da capital equatoriana.
Durante a marcha do presidente Daniel Noboa e seus apoiadores até o Tribunal Constitucional, pelo menos 15 desses cartazes foram vistos, mostrando os rostos dos nove juízes do Tribunal Constitucional junto com a frase: “Estes são os juízes que estão roubando nossa paz”.
A acusação se baseia na decisão do órgão judicial de suspender temporariamente artigos das leis de Integridade Pública, Solidariedade Nacional e Inteligência, consideradas essenciais para o Poder Executivo, mas que enfrentam aproximadamente 30 pedidos de inconstitucionalidade.
A porta-voz presidencial, Carolina Jaramillo, afirmou que o governo não financiou a iniciativa dos outdoors.
Enquanto isso, a Suprema Corte alertou que exibir os rostos de seus juízes acompanhados da mensagem acusatória aumenta o “risco à sua segurança e integridade pessoal” e afeta diretamente a independência do órgão.
O jurista Joffre Campaña descreveu a instalação dos outdoors com as imagens dos juízes como “grave” e “sem precedentes”. Em sua opinião, isso constitui uma campanha governamental orquestrada contra o Tribunal, que pode configurar um crime de incitação.
Em entrevista à rádio local Rádio Pichincha, Campaña afirmou que esse tipo de mensagem pode colocar em risco a integridade dos advogados, pois os expõe ao público como responsáveis diretos pela crise de segurança.
Noboa rejeitou a decisão do Tribunal Constitucional de suspender parcialmente três leis aprovadas pela Assembleia Nacional (Parlamento), pois — em sua opinião — representa uma ofensiva política para interromper a agenda de reformas institucionais e de segurança.
Ele não permitirá que a mudança seja paralisada por nove pessoas que sequer revelam seus rostos, que buscam esconder seus nomes do público em geral, afirmou o presidente.
Em meio a esse impasse, o presidente convocou a marcha de terça-feira, que, segundo o Sindicato Nacional de Educadores, contou com a presença de servidores públicos forçados a se mobilizar por meio de fraude, mentiras, chantagem e coerção.
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