Terça-feira, Agosto 19, 2025
NOTÍCIA

Brasil ajusta plano para enfrentar as tarifas dos EUA

Brasília, 12 ago (Prensa Latina) O governo brasileiro anunciará nesta semana um plano de contingência destinado a apoiar os setores mais afetados hoje pelo aumento de 50 por cento nas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos nacionais.

Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, a medida foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe a decisão final sobre sua implementação.

Inicialmente, o governo esperava publicar as propostas nesta terça-feira. No entanto, após mais uma reunião entre Lula e ministros, os interlocutores do ex-líder trabalhista acreditam que dificilmente a data prevista será cumprida.

Os participantes da reunião relataram que as conversas estavam progredindo, embora não seja possível precisar quando a iniciativa será publicada.

De acordo com esses funcionários, não há problemas específicos que atrasem o anúncio. A apresentação ainda não veio à tona devido aos ajustes finais.

Para Alckmin, o principal objetivo é oferecer uma ajuda específica e eficaz, considerando o grau de exposição de cada setor às exportações para o mercado norte-americano.

“Haverá uma regra para considerar variações dentro de um mesmo setor. Isso tornará o auxílio mais preciso e mais justo”, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

A nova proposta estabelecerá parâmetros para avaliar o impacto econômico das tarifas, diferenciando entre setores que exportam maciçamente e aqueles que se concentram no mercado doméstico.

Alckmin explicou que, em alguns setores, mais de 90% da produção fica no Brasil, enquanto outros exportam mais de 50%. “Portanto, o efeito não é o mesmo para todos”, disse ele.

Um dos setores mais afetados é o de frutos do mar. A esse respeito, o vice-presidente explicou que a tilápia, por exemplo, é consumida principalmente no país, enquanto o atum depende muito das exportações, especialmente para os Estados Unidos.

O ministro do Desenvolvimento não deu detalhes de sua recente reunião com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA, mas descreveu a reunião como “muito boa”.

A reunião diplomática faz parte dos esforços do governo Lula para abrir canais de diálogo com Washington e tentar reverter ou mitigar os efeitos da medida tributária instalada em 6 de agosto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O republicano justificou o chamado tarifazo como uma resposta aos supostos ataques à liberdade de expressão no Brasil e ao tratamento dado ao ex-presidente de extrema-direita e aliado ideológico Jair Bolsonaro, acusado de ser um líder golpista.

Apesar da gravidade da situação, Lula mantém um tom firme e diplomático.

npg/ocs/bm

RELACIONADAS

Edicão Portuguesa