“O TSE informa à população que, diante (…) das justificativas apresentadas por questões de agenda eleitoral, decidiu suspender o Fórum O Papel da Justiça no Estado, programado para o dia 11 de agosto, às 20h (horário da Bolívia)”, afirma nota institucional.
A decisão foi tomada pelo Poder Judiciário para não interferir nas atividades políticas e partidárias dos candidatos, garantindo o respeito em todos os momentos aos princípios democráticos que regem o país, acrescenta o documento.
No texto, o Supremo Tribunal de Justiça reafirma seu compromisso com a construção de um novo sistema de Justiça em que a independência dos órgãos estatais seja um pilar inegociável, bem como a contribuição para um processo eleitoral independente, democrático, informado e transparente.
Enquanto isso, do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), o deputado Gustavo Ávila anunciou neste sábado que a coligação Fuerza del Pueblo tem até quarta-feira, 13 de agosto, para substituir seu candidato a vice-presidente, Felipe Quispe, que foi cassado no início de junho por não cumprir os requisitos.
Caso o novo candidato não cumpra os requisitos legais e constitucionais, o Plenário do TSE decidirá o que acontecerá com a coligação e se ela poderá ou não participar das eleições gerais de domingo, 17 de agosto.
Esta é “(…) uma decisão importante, porque até 13 de agosto, a UCS (que faz parte da aliança Fuerza del Pueblo) tem a possibilidade de apresentar um candidato, mas um candidato que reúna os requisitos (…)”.
Ele alertou que, se elas não forem cumpridas, esse candidato não poderá ser registrado e, então, o Plenário decidirá se uma organização política pode se apresentar sem um candidato a vice-presidente, acrescentou Ávila, em entrevista à Rádio El Deber.
Ele reiterou que esperarão até quarta-feira para tomar uma decisão coletiva com base na decisão tomada pela aliança.
Ele enfatizou, no entanto, que “quando um candidato é apresentado ou registrado, ele deve passar por um processo de revisão constitucional e legal. Se não passar por esse processo, não poderá ser aprovado”.
O líder da cidade de El Alto, Quispe, que trabalhou em conjunto com o prefeito de Santa Cruz, Jhonny Fernández, foi desqualificado em 6 de junho por não ter provado “que não tinha nenhuma acusação final ou condenação final em matéria criminal pendente de execução”.
Assim como no caso de Quispe, todas as organizações políticas têm até 13 de agosto para substituir seus candidatos que foram desclassificados por não atenderem aos requisitos ou devido a alguma contestação.
A lista final de candidatos será publicada no sábado, 16 de agosto.
A perspectiva para as eleições do dia 17 deste mês também foi obscurecida esta semana por uma pesquisa inesperada do jornal El Deber que não trouxe clareza, mas sim uma onda de dúvidas, de acordo com o analista político Julio Aliaga.
Tal estudo não foi planejado — apenas três medições foram anunciadas — e, sem aviso, outra foi adicionada dez dias antes das eleições.
Aliaga comenta que nove pesquisas anteriores colocaram o empresário Samuel Doria Medina em primeiro lugar, e agora, de repente, descobre-se que o extremista de direita Jorge Tuto Quiroga está liderando, “sem fatos que justifiquem uma reviravolta tão grande”.
Outras dúvidas sobre essa pesquisa supostamente manipuladora foram somadas à renúncia do auditor Luis Gálvez, que alegou pressão, e à recusa dos analistas em comentar os resultados.
Aliaga enfatizou que, em La Paz, um empate substituiu a vantagem de mais de 10 pontos que Doria Medina mantinha há dias, “sem nenhuma explicação plausível”. “Sem dados técnicos e microdados, confiar em um único estudo surpreendente é perigosamente ingênuo”, concluiu o analista político.
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