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Brasil convoca diplomata americano por críticas à prisão de Bolsonaro

Brasília, 9 ago (Prensa Latina) O Itamaraty convocou ontem o Encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para explicar as ameaças em relação a decisões judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar.

O Secretário Interino para Europa e América do Norte do Itamaraty, Embaixador Flavio Celio Goldman, reuniu-se com Escobar para expressar a indignação do governo brasileiro com o tom e o conteúdo das recentes publicações do Departamento de Estado e da missão diplomática nas redes sociais.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva acredita que as declarações de agências estatais americanas representam clara interferência em assuntos internos e constituem coerção inaceitável de autoridades nacionais.

O Departamento de Estado, órgão similar ao Ministério das Relações Exteriores, utilizou plataformas digitais para criticar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministro Alexandre de Moraes em relação a Bolsonaro e seus aliados.

A Embaixada dos EUA no Brasil traduziu ontem uma declaração do Secretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie, na qual ele ameaçou autoridades judiciais brasileiras que colaboram com o ministro do STF.

“Os aliados de Moraes no Judiciário e em outros setores estão avisados para não apoiar ou facilitar sua conduta. Estamos monitorando a situação de perto”, diz a declaração do diplomata, que acusa o ministro de “censura e perseguição” contra Bolsonaro.

Em 30 de julho, Washington impôs sanções econômicas contra o juiz da Suprema Corte, sob a chamada Lei Magnitsky, como punição pelo julgamento que investiga uma tentativa de golpe após as eleições de 2022, que supostamente incluía planos para prender e assassinar funcionários públicos.

De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o político de extrema direita pressionou comandantes militares a suspender os resultados das eleições de outubro de 2022, quando perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-presidente continua sendo investigado em um processo movido contra ele e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, por suas ações, que os Estados Unidos moveram para impor sanções ao Brasil.

Entre os motivos citados pelo governo do republicano Donald Trump para impor tarifas a produtos brasileiros está o processo contra o ex-capitão do Exército.

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