Domingo, Julho 27, 2025
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Insegurança alimentar entre crianças cresce na Argentina

Buenos Aires, 24 jul (Prensa Latina) A insegurança alimentar entre os filhos de trabalhadores informais na Argentina aumentou 51 por cento no último ano e meio, segundo um estudo de um centro privado de pesquisa social.

Essa situação é o resultado de uma análise do Observatório da Dívida Social Argentina (ODSA) da Universidade Católica da Argentina (UCA), que foi divulgada pelo portal de notícias digitais El Destape.

“Mais de um ano após o início da administração do governo de Javier Milei, os níveis de desnutrição em crianças e adolescentes ultrapassam os picos das crises recentes. A informalidade trabalhista, longe de ser um problema individual, tem consequências geracionais”, adverte o estudo do ODSA.

A insegurança no trabalho não afeta apenas a vida cotidiana das famílias no presente, mas também afeta gerações e suas consequências podem durar a vida inteira, de acordo com o relatório citado pelo El Destape.

A insegurança alimentar é entendida como “a falta de acesso regular a alimentos suficientes, seguros e nutritivos para o desenvolvimento ativo e saudável das pessoas”, explica o ODSA.

Assim, mais da metade das crianças e adolescentes que vivem em lares cujos adultos responsáveis têm empregos informais na Argentina não têm acesso a um mínimo de alimentação adequada, o que afeta sua saúde, aprendizado e desenvolvimento.

Esse número é o mais alto pelo menos nos últimos 15 anos e, de fato, supera os picos registrados em crises anteriores (2020: 49% e 2019: 43%). O problema é pior em famílias pobres, monoparentais e numerosas (5 ou mais membros), embora “o emprego seja o fator mais decisivo”, argumenta o centro de estudos sociais da UCA. Nesse contexto, embora políticas como o Subsídio Universal para Crianças ajudem a mitigar o risco alimentar, a verdade é que “seu impacto é limitado diante de fatores estruturais persistentes, especialmente a precariedade do emprego adulto”, acrescenta o estudo. Como fator decisivo desse problema social, 42% dos assalariados argentinos trabalham na informalidade e, desse total, cinco em cada dez são pobres, ou seja, apesar de estarem empregados, devido às más condições de trabalho, não conseguem cobrir uma cesta básica de bens e serviços para suas famílias.

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