O emprego precário afeta 8,8 milhões de funcionários, um fenômeno que tem um impacto direto nas condições de trabalho, nos salários e no acesso a direitos básicos. A Argentina está abaixo da média regional, mas com uma taxa maior que a do Chile, Uruguai e Brasil, de acordo com a agência de notícias Noticias Argentinas, que cita a análise.
Os números do mercado de trabalho ainda mostram grandes desafios estruturais na Argentina: enquanto o desemprego está aumentando, os salários estão caindo e a taxa de informalidade no trabalho afeta cerca de 9 milhões de trabalhadores, o equivalente a 42% dos que estão empregados, diz Erika Cabrera em seu comentário.
De um total de 21,1 milhões de pessoas empregadas, 8,8 milhões trabalham sem registro. Desses, 5,5 milhões são trabalhadores assalariados sem contribuições e 3,3 milhões são trabalhadores autônomos que não estão registrados no sistema monofásico ou são autônomos, de acordo com o último relatório da Argendata que analisa a informalidade do trabalho.
Entre os setores com os níveis mais altos de informalidade estão a agricultura, a gastronomia, o serviço doméstico e a construção, onde a proporção ultrapassa 60%, enquanto que em atividades como petróleo, mineração e finanças ela fica abaixo de 15 pontos percentuais.
Por outro lado, um estudo preparado pelo ex-assessor do Presidente Javier Milei, Fausto Spotorno, para a Universidad Argentina de la Empresa (UADE) mostra que o custo de produção aumentou 25% em dólares desde o final de 2023, de acordo com uma medição recente.
Os industriais argentinos – acrescenta a análise – estão perdendo competitividade em um cenário de liberalização e desregulamentação do comércio, políticas que foram promovidas pelo governo. Sportono advertiu que a estabilização produtiva será insuficiente sem uma agenda de melhoria estrutural da competitividade.
Ao mesmo tempo, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) informou que o uso da capacidade industrial instalada na Argentina melhorou pelo segundo mês consecutivo em junho; entretanto, permaneceu abaixo de 60%, um índice negativo.
O setor industrial operou a 58,8% de seu potencial máximo em junho, acima dos 58,3% de abril e dos 56,8% de maio de 2024, informou o Indec.
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