Lula teve reunião de urgência com assessores e ministros no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo na capital.
“O Brasil é um país soberano, com instituições independentes, que não aceita ser controlado por ninguém”, afirmou o chefe de Estado em publicação nas redes sociais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já estava com o presidente quando o imposto foi anunciado.
Também foram convocados o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretário de Comunicações) também participaram do diálogo.
Segundo os assessores, a medida de Trump será contestada pelo Brasil, e Lula já havia indicado possível retaliação caso o aumento de tarifas afetasse o país.
Em resposta a esses eventos, o ex-líder sindical declarou que aumentos unilaterais de tarifas serão respondidos “à luz da lei de reciprocidade econômica do Brasil”.
Essa disposição permite que o país adote medidas equivalentes contra nações que aumentam tarifas unilateralmente.
Em essência, isso significa que o Brasil pode impor valores ou restrições semelhantes em resposta, seguindo normas nacionais e acordos internacionais, como os da Organização Mundial do Comércio, para defender seus interesses comerciais.
O jornal O Globo relata que, embora os efeitos econômicos sejam incertos, as autoridades estão comemorando os potenciais dividendos políticos do confronto com Trump.
A ofensiva, que pode prejudicar os negócios de empresas nacionais, é vista como um desafio à direita política e dando uma plataforma a Lula.
Foi noticiado que o republicano enviou uma carta a Lula para anunciar que o imposto mencionado será cobrado a partir de 1º de agosto.
A decisão foi formalizada na carta, na qual Trump também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de ser golpista.
Na carta, o americano afirma que o julgamento de Bolsonaro representa uma “vergonha internacional” e descreve o caso como uma “caça às bruxas” que, segundo ele, deveria terminar imediatamente.
Ele também acusa o STF de emitir ordens de censura que considera “secretas e ilegais” contra plataformas digitais americanas, o que teria motivado parte da medida tarifária.
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